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Blog do Mauro Beting

Botafogo 2 x 2 Flamengo

Mauro Beting

03/04/2016 16h53

ESCREVE DANIEL BARUD

Guerrero foi facilmente marcado, perdeu chances claras e não jogou bem.

Clássico é clássico. E vice versa. E o embate entre os cariocas em Juiz de Fora não poderia ser diferente. O que faltou de técnica sobrou de emoção. 4 gols, Willian Arão e seu reencontro com a torcida do Botafogo, Jefferson salvando a equipe alvinegra, as falhas de Paulo Victor. Houve de quase tudo.

Muricy reclama do cansaço, mas escalou Guerreiro, que jogou terça no Uruguai, quarta em Brasília e sábado em Juiz de Fora. Não deve ser fácil jogar 270 minutos em alto nível. O cansaço é nítido no peruano, que assim como no clássico contra o Vasco, perdeu gols feitos e jogou mal. Vale destacar a partida de Alan Patrick com a camisa rubro-negra. Organizando, articulando as jogadas e ainda marcou um golaço, diferente de Éderson, apagado. Cirino fez bom segundo tempo e regular primeira etapa.

Enquanto isso, Ricardo Gomes faz o feijão com arroz. Uma equipe organizada defensivamente, coordenada, que vem dando resultados (apesar de não ter convencido nos clássicos), com pouco investimento e muita juventude aliada à experiência. Ribamar, por exemplo, subiu as pressas para o profissional para completar o grupo na pré-temporada, hoje é titular com apenas 18 anos, com experiência de gente grande, fazendo pivô, protegendo as jogadas, foi inteligente e sofreu pênalti infantil de Wallace, mesmo sem tocar na bola. Sem falar na presença de área, dando trabalho para a zaga rubro-negra, ora com Juan, ora com Wallace. Juan Salgueiro faz a dupla de ataque com ele, alinhando seus 33 anos de experiência.

Joel Carli comemora o gol que abriu o marcador em Juiz de Fora.

Jefferson fez, mais uma de muitas, excelente partida. Seguro sempre que exigido, seja em cobrança de falta de Alan Patrick seja frente a frente com Guerrero. Enquanto isso, o arqueiro rubro-negro não estava em tarde inspirada: falhou grave no primeiro gol, caçou borboleta e não achou nada. Joel Carli agradeceu e tocou para o fundo do barbate. Na cobrança de pênalti de Rodrigo Lindoso, espalmou no pé de Fernandes (apesar da invasão à grande área do botafoguense) e saiu muito mal no rebote. Sem falar nas falhas em cobranças de escanteio e faltas na área.

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Panorama da etapa inicial em Juiz de Fora. Fla no 4-4-2/4-2-3-1, com Éderson e Alan Patrick circulando e armando as ações ofensivas. Bota no 4-3-3, com Ribamar no ataque, Salgueiro e Gegê organizando as jogadas. (TacticalPad)

Taticamente o duelo foi bem parelho. Muito equilibro e marcação no meio-campo. Muricy levou a campo o Fla no 4-4-2, com Cirino e Guerrero na dupla de ataque, com Éderson e Alan Patrick flutuando como meias, atrás do volantes alvinegros. Cuellar e Willian Arão dando consistência na saída de bola rubro-negra. As principais jogadas de ataque do Fla passavam pelo lado direito de ataque, com Willian Arão, Alan Patrick e Rodinei, muito acionado e eficiente no apoio ao ataque. O primeiro gol rubro-negro saiu após cruzamento do lateral direito e o meia Alan Patrick pegou na veia.

Principal jogador do Fla na partida, Alan Patrick deixou o dele.

Ricardo Gomes começou com Airton no tripé de meio-campistas, mas precisou substituí-lo com apenas 5'minutos, devido a uma lesão no músculo adutor da coxa esquerda. Colocou o jovem Fernandes de 21 anos e o meio-campo continuou regular. Bruno Silva e Rodrigo Lindoso auxiliavam o jovem na intermediaria. Gegê e Juan Salgueiro atacavam mais do que defendiam. Ribamar era a presença de área, ora se movimentando, ora fixo segurando os zagueiros do Fla.

O arbitro Luis Antônio Silva dos Santos, o Índio, esteve mal. Apesar de ter marcado bem o pênalti, falhou na sequencia ao não anular a cobrança, após invasão do botafoguense Fernandes que pegou o rebote e tocou para Rodrigo Lindoso que marcou o segundo do Bota. Seu auxiliar falhou feio em marcar um impedimento de Éderson, claramente em posição legal, após Guerrero perder chance cara a cara. O bandeirinha estava mal posicionado.

Os 16.150 torcedores que renderam R$ 811.510,00 (sem gratuidades) e foram ao estádio Municipal Mario Helenio, não viram grande espetáculo tecnicamente.

O Fla não tem muito o que reclamar e terá jogo duro no próximo fim de semana, em Volta Redonda, diante do Boavista. Já o Botafogo enfrentará o Bangu na próxima rodada. No meio de semana, os alvinegros vão a Alagoas enfrentar o Coruripe pela Copa do Brasil.

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Panorama da etapa final, após as substituições. Gabriel armando pelo Fla e dando assistência para o gol de Cirino. Neilton e Luis Henrique no Bota. (TacticalPad)

ESCREVEU DANIEL BARUD

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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