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Blog do Mauro Beting

São Paulo 4 X 0 Toluca. Deus é tricolor. 

Mauro Beting

28/04/2016 23h44

A vida imitou a propaganda. Michel Bastos e Ganso com bola e raça

O "pior São Paulo que eu vi", depois do empate na Venezuela contra o Trujillanos, enfrenta no Morumbi o bom time do Toluca, desfalcado de meia equipe. 

Ainda assim pintava como favorito. Meu palpite era 1 a 0. Gol de Centurión. A opção que restava para Bauza sem o goleador Calleri (suspenso) e sem Alan Kardec (baleado). 

Confesso que meu palpite era na base daquelas coisas que sempre costumam dar certo para o São Paulo. Não tinha muita lógica. Era apenas sensação. E respeito pela história tricolor. Sobretudo na Libertadores. 

Imaginava até uma boa partida. Boa vitória. E a classificação no México, na volta, pelo fato de o Toluca estar mais voltado para o torneio deles. 

Confiava naquelas coisas que costumam dar certo para o São Paulo. Os 3 a 2 no Milan, no bi mundial, quando o Tricolor teve duas chances e marcou três gols – o terceiro foi doado pelo goleiro Rossi; o 1 a 0 no Liverpool, no tri, quando Mineiro marcou na única chance paulista, e o time inglês não fez nas 10 chances que teve – e Rogério Ceni não deixou. 

Mas ainda assim não confiava nas laterais instáveis, que pouco concederam espaço aos mexicanos. A zaga pouca bola deu ao rival desfalcado de Triverio, depois de tantos erros recentes. 

Hudson mais uma vez correu por todos, e parecia o mais limitado dos titulares do meio. Thiago Mendes enfim jogou como em 2015. E fez um golaço, o terceiro, em bela combinação com Ganso. O São Paulo pressionou no primeiro tempo impecável. Triangulou com categoria. Jogou e não deixou jogar. 

Kelvin correu e driblou, mas menos que em outros jogos. Michel Bastos fez o primeiro, e reconquistou em 90 minutos o que perdera em muitos jogos. 

Ganso deu toques passes dribles lençóis assistências fintas gols gosto. Sem vírgulas. Muito menos as tantas reticências recentes na melhor temporada de Ganso no Morumbi. 

O 10 foi o São Paulo. Um show. 

E Centurión… E Centurión…
Um golaço. O segundo.  O primeiro dele em 2016. E mais um gol. O quarto. Típico do centroavante que ele não é. Nada normal para o jogador pavoroso de 2016. 

Esse é o futebol. Centurión recuperado. São Paulo redivivo. 

Ou melhor: o São Paulo FC de sempre. 
Vitória espetacular. Impressionante para o time que estava pressionado e quase nada jogava. 
Normal para o São Paulo que faz do Morumbi uma casa de espetáculos sul-americanos. 
Natural para um clube que tem errado demais fora e também dentro de campo. Mas quando outras equipes lutariam para não cair de divisão com tantas pisadas na bola, o São Paulo pode sonhar em pintar mais uma estrela com a bola tão cheia. 
É pra quem tem estrelas. 

É pra quem é São Paulo. 

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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