Tite é viver na seleção
Dunga não merecia ser execrado por 1990. Todo time precisa de um Dunga. Talvez não vários, como a OverDunga tática da seleção lazarenta.
Dunga mereceu a segunda chance e o caneco que levantou em 1994. Não podia perder a cabeça em Bebeto, em 1998. Mas sempre mereceu maior reconhecimento.
Mesmo de 2006 a 2010, quando se saiu melhor que a encomenda na Copa América, Eliminatórias, Copa das Confederações e Copa do Mundo – até o segundo tempo contra a Holanda, quando Julio César largou todas as bolas que segurou em quatro anos, quando Felipe baixou o marmello na expulsão mais previsível que as críticas que Dunga mereceu por não dar bola a Neymar e Ganso.
Dunga não merecia a segunda chance em 2014. Não com Tite na praça e na pista. O Brasil não mereceu tão pouca bola na Copa América, nas Eliminatórias, e na excursão para a Disney na copa sem ter nada: bola, Neymar e time. Perdeu gente qualificada. Mas ele também não chamou por birra quem merecia.
Em dois anos desmontou o Brasil dos 7 a 1. Refazendo o erro que o vitimara. A CBF de 1990 a 1992 esqueceu a equipe eliminada nas oitavas de 1990. Mas dez dos fracassados e "banidos" em 1990 foram repescados para serem tetras em 1994. Agora, sem assumir, Dunga sumiu com o time de 2014. Só três estiveram na Copa América de 2016.
Muita coisa precisa mesmo mudar. Mas não tudo.
Uma que precisava mesmo era a seleção – enquanto não se muda toda a CBF. Não tem mais como Dunga seguir. Até por não serem muitos os atletas fechados com o treinador. Não que tenham razão quanto a isso. Empregado não pode mandar no patrão. Mas uma sintonia maior precisa existir. E essa química não existe.
Algo que Tite tira de letra em quase todos os trabalhos que fez. É meu nome ideal para substituir Felipão – desde 2003. Eu já queria Tite no Brasil desde o trabalho no Grêmio de 2001-02. Mais ainda em 2014. Por tudo que melhorou. Por tudo que cria de soluções e não problemas. É o treinador da hora. O cara legal. O profissional correto.
Mas não cobrem milagres dele. E nem do Brasil. Qualquer treinador depende do que tem para escalar. É o jogador que ganha cinco Copas. É o jogador que perde Mundiais. Ou, algumas vezes, deixa de ganhar.
No Brasil, de amarelo ou em qualquer cor, temos nos perdido. Também por nos acharmos. A bola não entra mais por acaso ou por ter um caso de amor com a seleção. Ela precisa ser pensada, planejada e trabalhada. Precisa ser coordenada em conjunto. Algo que Tite já mostrou ser muito capaz em clube. E tem tudo para ser na Seleção.
Mas não esperem milagre. Tite é seleção. Mas não é a única solução.
VEJA TAMBÉM:
PVC: Dunga fora e Tite é esperança para nova seleção
CBF demite Dunga, escolhe Tite e tem pressa pra acerto com corintiano
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.