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Blog do Mauro Beting

Griezmann! França 2 x 0 Alemanha

Mauro Beting

07/07/2016 19h32

0 2014

Griezmann, depois de perder para a Alemanha, nas quartas-de-final de 2014, no Maracanã

 

Benzema encheu o o pé contra a meta alemã. Neuer não tirou os pés do chão sagrado do Maracanã para fazer uma das defesas mais impressionantes que já vi. Ali ele não só garantiu a vitória por 1 a 0 que levaria os alemães para aquele jogo no Mineirão, em 2014 na semifinal da Copa. Ali ele derrotou moralmente o senhor adversário alemão, que pouco mais faria naquela tarde quente no Rio.

O jovem Griezmann, então camisa 11 francês, deixou o gramado chorando.

Griezmann que cresceu demais desde então. Pelo Atlético de Madrid fez bela campanha em 2015-16. Mais uma vez finalista da Europa. Até a decisão em Milão. Pênalti de Pepe. Pancada de Griezmann no travessão. Carrasco ainda empataria para os colchoneros. Mas, nos pênaltis, deu Real Madrid. A undécima. Também pelo primeiro pênalti perdido que valia a Europa. Erro de Griezmann.

 

Pênalti para a França em Marselha, na semfinal da Euro-16. O primeiro momento em 46 minutos iniciais em que os donos da casa ficaram com a bola sem serem molestados pela Alemanha. Primeiro tempo de aula dos alemães. Não fizeram gol. De fato, não tiveram tantas chances assim – inegáveis méritos do 4-2-3-1 de Deschamps, com a mesma escalação da grande vitória contra a Islândia.  Mas as soluções de Low para sair da armadilha francesa eram engenhosas. Aos 32, por exemplo, o meia-direita alemão era o zagueiro-direito Boateng. Com a bola, a Alemanha era praticamente um 2-2-5-1: Boateng e Howedes iniciando o jogo na intermediária alheia, com Schweinsteiger e Kross criando espaços pouco mais à frente; Can e Ozil se mexendo demais, os laterais Kimmich e Hector abrindo o campo como pontas, Draxler chegando em Muller, a ponta-de-lança de uma turma móvel e muito ofensiva.

 

Só dava Alemanha, com o consentimento francês. Matuidi e Pogba não criavam como na goleada anterior. Mais protegiam o sistema defensivo e um inspirado Lloris. Sissoko era mais um secretário de Sagna na contenção e Hector e a quem aparecesse por ali. Payet corria atrás de Kimmich, quando não o deixava livre demais na ponta-direita alemã.

E havia Griezmann. O menino que deixou o Maracanã chorando em 2014. O homem que fez de Marselha uma cidade ainda mais festiva em 2016.

Bastian meteu a mão na bola em disputa desnecessária com Evra. Pênalti que Nicola Rizzoli demorou a marcar, e o estádio francês mais ainda para entender a marcação.

Griezmann tirou o mito Neuer e acertou o gol que o próprio goleiraço alemão negara no começo do jogo. Gol que os alemães procurariam de todos os jeitos na segunda etapa. Levantando bolas, mandando na trave, ou com Lloris fazendo a partida dele. E não a de Neuer. Depois de salseiro de Pogba para cima de Mustafi (substituto do lesionado Boateng), bola cruzada, Neuer chargeado na disputa por Giroud, em um lance em que ele não precisava ter saído, para a sobra ficar com Griezmann. Ele tocou entre as pernas do goleiro monumental como segue sendo essa Alemanha. 2 a 0 França.

Mais uma vez derrubada a Alemanha na semifinal de uma Euro. Pela França que fez bonito em 1982, 1986 e 2014 até enfrentar os próprios alemães em Mundiais.

Desta vez, o choro de Griezmann e dos franceses foi outro.

Eles são finalistas. Pelas regras do jogo foram mais eficientes. E são favoritos contra Portugal. Como os tugas também eram em 2004, contra os gregos. Ainda mais em casa… Como a França de 2016…

Portugal é mais time que a Grécia de 2004. Como a França também é muito mais time que os rivais, e mesmo que Portugal de 2004.

 

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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