O maior Rio do mundo é o que vence pela minha aldeia. Há 65 anos.
Foi o primeiro título intercontinental do futebol brasileiro. De clubes ou seleções. Eram 8 grandes times: O campeão uruguaio de 1950, uma das bases da Celeste campeã mundial no Maracanazo; a base do Brasil vice-campeão mundial um ano antes da Copa Rio de 1951 jogava pelo Vasco, campeão carioca; a base da Iugoslávia de grande campanha em 1950 formava o campeão nacional de 1951; o campeão da Áustria em 1950 – seleção que seria semifinalista da Copa em 1954; o campeão da França (que seria bicampeão em 1952); o campeão de Portugal (que seria tricampeão até 1953); a campeã da Itália em 1950 – e que seria campeã novamente em 1952 – foi a vice-campeã do torneio vencido pelo time que precisou superar sete partidas para ser o melhor.
O Palmeiras campeão paulista de 1950. Assim se classificou o campeão da Copa Rio de 1951. Vencedor de mais três campeonatos disputados em menos de um ano. O Palmeiras foi o outro representante do futebol que não tinha então campeonato nacional. Palmeiras também campeão do Rio-São Paulo de 1951 – o mais importante campeonato interestadual do país.
Palmeiras também campeão da Copa Rio de 1951. Torneio criado para reerguer o futebol brasileiro abalado pela Copa do Mundo perdida um ano antes no Maracanã. Competição feita pra que o Vasco honrasse o Brasil. Desfeita do Palmeiras que o eliminou na semifinais. Refeita pelo Palmeiras que venceu a Juventus de Viola na final. Sempre tem Viola para ser tocado. Receita do campeão que deu a primeira volta olímpica internacional do futebol nacional aos gritos de "Brasil". Nunca nenhum clube brasileiro teve tanta torcida de brasileiros. Justo o que, nove antes, tinha sido obrigado a mudar de nome por não ser tão "brasileiro". Justo o que venceu um time da Itália do Palesta. Justíssimo campeão da Copa Rio.
Conquista que levou quase um milhão de pessoas às ruas paulistanas para celebrar o feito palmeirense. Unindo rivais conclamados pelos presidentes dos próprios adversários. Nunca antes. Impossível depois.
Vale como Mundial? Se a Fifa decretou em 2014, cumpra-se.
Não é Mundial? Foi mais difícil que todos os torneios intercontinentais desde 1960, pelo número de jogos e qualidade dos participantes.
O campeão intercontinental não ganhou torneio continental e nem mesmo o nacional? Não havia nenhum dos dois a disputar em 1950-51. E, como também campeão do Rio-São Paulo, não havia como discutir a legitimidade do Palmeiras na disputa.
Por que os clubes que participaram não o consideram tanto como o campeão? A pergunta já responde a questão desde a invenção do futebol, em 1863.
Se a Fifa não o considerasse como mundial ele seria um torneio menor e sem expressão? Só para quem leu e não entendeu o que foi escrito aqui.
Você está escrevendo tudo isso só por ser palmeirense? Não, também por ser jornalista esportivo, pesquisador, escritor, diretor e roteirista de documentários, e curador de museus do futebol.
Você acha mesmo que a Copa Rio é a mesma coisa que o Intercontinental de 1960 a 2004, e os Mundiais de 2000 e a partir de 2005? Não é. Havia desde 1960 a chancela da Uefa e Conmebol , e, depois, da Fifa. Para mim e para o futebol, todos desde 1960 são campeões mundiais.
Tem como discutir se a Copa Rio é o que a Fifa diz que é? A única coisa que não se pode discutir é que nunca houve um torneio assim. Só houve um Palmeiras campeão do maior Rio do mundo.
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