Família Schmidt domina a Graelândia
Dona Janira apareceu na TV rezando, contrita, nervosa com a final do vôlei de praia. Ela e muitos brasileiros que torciam por Alison e pelo neto dela, Bruno Schmidt, na disputa contra os italianos Nicolai e Lupo.
A única diferença real entre ela e milhões é que, de fato, o netinho já havia vencido o ouro, de modo brilhante, por 2 a 0. Já estava tudo definido e dominado. E ela rezando como se tudo nem tivesse começado.
Mas vai ver que é por isso mesmo que o neto Bruno e os filhos Oscar e Tadeu são tão vencedores e talentosos. A fé da vó não faia.
Não é só reza. É oração e ação a toda hora. Era o Oscar que ficava encestando até ele cair como as bolas que ele chutava. É o Tadeu acertando a edição e o tom no programa que apresenta como nenhum outro. É o Bruno pensando, passando e passeando na Princesinha do mar.
Família abençoada não só pela fé da avó. Por aquele genes que explicam algumas gentes que não são como a gente. São diferentes. Trabalham para isso. Mas com enorme prazer e paixão. Segredo de tudo.
É o que faz a Graelândia (TM de @impedimento) ser um país dentro do Brasil olímpico. Oito medalhas entre tio, pai e filha Grael. O primeiro ouro feminino do país na vela não foi só por elas adotarem outras estratégias em relação às meninas da Nova Zelândia. Não foi só o atalho que acharem na Baía não despoluída. Elas não driblaram apenas sofás largados, pneus atirados e plásticos que petrificam as águas da Guanabara. Martine e Kahena ganharam por uma parceria que foi desfeita, recomeçou e deu ouro. Conquistado em casa. Nas águas que conhecem de batismo.
O pai Torben é mais que pai. É chefe do time. Responsável por todos que singraram a água. E só sacou que era um pouco mais que isso quando perguntando pela colega Daniela Boaventura: como seria ele torcendo pela filha? Foi então que caiu a ficha. Ele não sabia. Se tem como saber administrar isso.
Tem atleta e campeão olímpico que algumas vezes não tem berço esportivo, e mal tem lar. Mas tem quem tem condição, tem DNA, QI, tem números, mas nem sempre os índices. Ou o instinto. Martine e também Kahena têm. E vão ter muito mais.
A família Grael, na Marina da Glória, cantou Marina Lima: eles abriram os braços e fizeram um país. Como os nossos pais.
Segredo conchecido de tudo. E de todos.
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