Boa noite para quem tem sonhos dourados. Péssimo dia para quem só toma ferro.
Só será possível devolver os 7 a 1 do Mineirão se o Brasil repetir o placar em uma semifinal de Copa do Mundo em Berlim, ou Munique, Hamburgo, Dortmund, sei lá onde na Alemanha, e, na final, a Seleção ganhar da Argentina e conquistar o Mundial.
Provalmente não acontecerá.
Do mesmo modo como não devolvemos o Maracanazo de 50 na virada da semifinal de 1970 contra o Uruguai. E não tem jeito de devolver a derrota de 1950. Essa é irreversível pelas circunstâncias.
E nada disso impediu de fazer festa como nenhum outro campeão mundial. Penta mundial.
Tão irreversível foi 1950 quanto a doença que se alastra em 2016 em rincões do Brasil minimizando a conquista olímpica, a alegria da torcida, e até o pachequismo – de fato exacerbado em qualquer momento.
Mas conquista inédita precisa sempre ser reiterada como conquista inédita. Um gol tomado em seis jogos é pouco. Não era a Alemanha principal, mas ela é muito melhor planejada e armada que o Brasil. Não foi o melhor futebol no começo. Mas o final foi ótimo. Foi nos pênaltis – como em 1994. E, se não há mesmo como comparar tecnicamente as equipes do tetra e do ouro, até por a de 2016 ser restritiva de idade, deve-se de novo louvar os propósitos:
Em 1994, eram dois volantes e dois meias presos taticamente. Um gênio no ataque e um senhor atacante.
Em 2016, os campeões olímpicos têm um só volante, um meia armando como volante, e quatro atacantes (e um gênio em potencial entre eles).
Estamos evoluindo. Indo e jogando pra frente. O ouro não é fim. É um recomeço.
Vai dar mais força a quem tanto nos enfraquece dentro e fora de campo? Vai. Mas sempre foi assim no penta.
Vai encobrir os problemas da Seleção principal? Não. É outro time. Outro técnico. Outras necessidades. Outras carências. Mas vai dar mais confiança, menos cobrança, mais respeito, mais paciência. Jamais um sucesso é fracasso.
Melhor dormir feliz com sonhos reais dourados do que resmungar só querendo ferro na nossa alegria.
Mas se você quiser ainda minimizar, a Alemanha segue tendo mais Mundiais conquistados no Maracanã que o Brasil.
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