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Blog do Mauro Beting

PM e MP fecham Palestra seguindo "ordem"? Palmeiras abre vantagem e segue o líder

Mauro Beting

23/10/2016 19h31

Se o "Batalhão de Choque da PM" fecha a rua Palestra Italia e a Caraíbas para acabar com a festa em nome da "ordem" (de cima) pública, o Palmeiras abriu a liderança para seis pontos e segue o líder depois da suada vitória surrada contra o Sport. Mais bonita pelo rosa do número e verde da esperança da camisa da campanha contra o câncer de mama. Encampada também por outros clubes patrocinados pela Adidas, e por atletas de 11 times que usaram cadarços rosas.  

Enquanto estúpidos entupirem as privadas vidas com violência nos estádios, o que seria policiamento para servir seguirá sendo batalhão para chocar e assustar mais que servir. Sustando a festa. Sustentando o clima de beligerância e intolerância de todos os lados. 

A PM paulista e a promotoria de eventos dos togados que borram botas e botam para quebrar a alegria do torcedor e do cidadão ainda vão proibir a celebração de gols. Só falta isso. 

Mas não impediram mais uma vitória do líder que não perdeu no returno. Ganhou mais dois pontos de vantagem sobre o Flamengo. E encarou outro rubro-negro que jogou bem no Allianz Parque. O Sport não é time para sofrer como está sofrendo. Merecia mais sorte. E uma arbitragem melhor. O Sport e o BR-16. Foi mão aberta e alta demais de Mina pouco antes do golaço de Dudu. Era pênalti que não foi marcado, foi golaço em contragolpe de almanaque. Lindo toque de primeira de Moisés para Dudu definir com categoria. Esse Palmeiras também sabe jogar bem – apesar do gramado.  

Moisés recuado como primeiro volante para conter Diego Souza. Jean e Tchê Tchê tentando marcar e armar e não conseguindo. Allione tentando se redimir. Barrios ao menos tentando algo. E o Sport melhor até empatar com Rogério. É só não virar por Jailson. Que fase. Que goleiro. 

Poderia estar mais para o Sport. Mas o lateral de Moisés não deixou. Não tem como contestar. Parece difícil marcar. Caramboladas e o gol de Tchê Tchê no final de um primeiro tempo melhor pernambucano. De um time que só não virou antes porque o gramado do Allianz Parque só dá espaço para shows de Bocelli e Aerosmith. Não para quem quer bom jogo. O Sport perdeu gol feito pelo piso com defeito. 

Olha que o Palmeiras tentou no segundo tempo. Thiago Santos eclipsou Diego Souza. Jean na lateral foi melhor. Moisés saiu para a frente. Mas ainda assim não encontrou o melhor futebol o time de Cuca. "Apenas" mais uma vitória que o coloca a seis pontos "e meio" na ponta. Meio pelo saldo maior. Melhor. Como o Palmeiras que já jogou muito mais no campeonato que ninguém conseguiu até agora jogar melhor.  

Segue líder. Ainda que o segurem fora de campo. Fora até da arquibancada. Na truculência de um comando de policiamento que só sabe o que é choque e batalhão. De um promotor de eventos midiáticos que ataca torcida que canta e vibra. E que não tem capacidade, competência ou coragem para bater de fato nas pessoas físicas e químicas que barbarizam a urbe, desuniformizando estádios e ruas. 

O Palmeiras segue ultrapassando os buracos do gramado e as pedreiras adversas. Segue superando traumas. E segue vencendo até o que não deveria estar em jogo. Muito menos no esporte. 

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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