Contra toda discriminação. A rua Palestra Italia é do Palmeiras. O bairro é do clube. O MP é mais do promotor que do público
Tem quem não aceita o porco que o palmeirense periquito adotou desde 1986 depois de sistematicamente se calar e se irritar com o grito adversário desde 1976.
Mas foi preciso virar porco como o Palestra morreu líder e o Palmeiras nasceu campeão em 1942. Então por intolerância da ditadura brasileira ignorante em guerra contra outra que só tinha a Itália em comum com os palestrinos. Em 1986 o palmeirense emporcalhou para não se sentir mais enxovalhado pelos adversários, numa sacada esperta da torcida que canta e vibra. Pode até não gostar de ser e de gritar PORCO. Mas é fato. E não há problema algum em ter alma de periquito e espírito de porco. O clube tem dois nomes. Pode ter quantos mascotes quiser.
Tem quem acha "legal", "da hora", "desestabilizador" (SIC) de goleiros", "trend", "suave", "contra o politicamente correto", "coisa de esquerdista achar que é babaquice e homofobia" (?!?) o zurro de "bicha" para goleiro rival em cobrança de tiro de meta.
Mas teve gente do coletivo Movimento 20 de Setembro que quis virar o jogo. A campanha #GritePorco caiu no gosto e na boca da galera no Allianz Parque. Magrão do mesmo Sport que inaugurou o estádio (vencendo por 2 a 0, em 2014) não ouviu "bicha". Apenas "porco" nos tiros de meta que bateu.
Orgulho do Meu Palmeiras, Meu Palmeiras. Essa uma outra história. Mas esse é o clube que me acolhe mais que eu escolhi. Não é maior e nem menor. É o meu clube. Como a minha família. Basta.
Pena que bestas de todos os clubes estraguem festas. Como corintianos e rubro-negros no retorno ao Maracanã. Como flamenguistas X flamenguistas fora do estádio. Ou estúpidos X estultos das torcidas profissionais. Essas pessoas físicas (e químicas e patológicas) que precisam ser processadas, punidas e até presas pelas autoridades.
Mas elas. Não a esmagadora que faz festa. Aquela que não pôde na vizinhança do estádio que é do Palmeiras desde 1920. Onde o clube joga desde 1917. Mas que para alguns vizinhos chegou agora ao bairro. E aos berros na esquina do nosso mundo: Palestra Italia X Caraíbas. Palmeirenses de festa X autoridades em fúria.
Não é a "esquina do mundo" como a do Times Square em Nova York. Não acontece alguma coisa no meu coração quando cruzo a Ipiranga com a São João como os novos baianos. Mas Caraíbas com a velha Turiaçu é a aliança entre o velho Palestra e o novo Palmeiras do Allianz Parque na novíssima rua Palestra Italia.Ponto de encontro onde tanta gente que se desentende como gente só por pertencer à Parceria Palestra-Palmeiras como essa que tem o gene alviverde. Alma de periquito e espírito de porco. Torcida que canta e vibra na rua que é do povo. Não do MP, da PM, da PQP que não pode berrar por ser barrada na rua que é Palestra. No bairro que é mais rico por ser Palmeiras. Na zona que é mais valorizada por ser a do clube que lá chegou há 96 anos. E comprou com dinheiro nosso. De nossos parceiros. Não ganhou de prefeitura, de governador, de presidente.
O estádio é nosso. Pago no osso e pelo nosso sangue. A rua é de todos. E para todos. Não para poucos. Não só para quem paga caro pelo ingresso. Não só para quem o promotor de eventos e autopromotor de mídia do MP deixa passar.
O Palmeiras não quer só fazer festa em campo. Quer celebrar a alegria de ser Palmeiras como bom vizinho que é. Ou melhor vizinho que os incomodados que chegaram depois de 1920 ao bairro. Sim. Somos barulhentos. Somos bagunceiros. Somos tudo isso. Mas somos maioria de paz, de festa, de alegria. De Palmeiras.
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