O cachorro Biriba e o Gatito Fernández. Botafogo classificado.
Zizinho, Mestre Ziza, ídolo de Pelé, foi dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos.
Só não jogou no Botafogo, dizem, porque um dia deu um bico no cachorrinho que o cartola alvinegro Carlito Rocha usava como mascote e amuleto. O Biriba. "Essencial" na conquista do título de 1948.
Pela suposta agressão ao simpático vira-lata, Zizinho não passou nem perto de General Severiano.
Eu estava nesta quarta-feira de Liga dos Campeões em Copacabana, no bar México 70, com amigos de credo e de verde, torcendo por 11 palmeirenses que não conseguiram superam 10 corintianos em Itaquera. Na TV do lado de fora, alguns colorados assistiam ao Inter na Copa do Brasil. Dentro do simpático bar decorado com camisas do Brasil, México e Alemanha, jornais e revistas de 1970, botafoguenses sofrendo com o Olimpia que pouco fazia. Mas um tanto mais que o Botafogo desfalcado, e sem Helton Leite, lesionado.
Helton é filho de João Leite. Gatito Fernández é filho de Gato. Filhos da arte. Como o botafoguense faz do sofrer uma arte. Silenciosa.
Só minutos depois do gol do Olimpia vi que havia acontecido algo em Assunção. O gol paraguaio. Contra o time do goleiro que torce para o Cerro Porteño não causou um muxoxo entre as dezenas de alvinegros presentes. Não teve xingamento para o árbitro, lamentação, cobrança, vamos lá.
Silêncio.
Apenas silêncio no bar que mostrava que torcida única não cabe nunca. Colorados, palmeirenses e botafoguenses torciam e se contorciam numa ótima, juntos.
Mas o silêncio era todo Botafogo. É bem Botafogo. De Biriba a Gatito.
Como parece ser a sina de um reserva (que é melhor que o titular) que entra depois de sair por lesão e por falhas, e depois cata com rara destreza três pênaltis. O segundo deles com a coragem de não escolher um canto e, sim, a posição correta para defender uma bola que veio alta, no meio da meta.
Gatito esperou. E foi feliz. Eliminado o Olimpía como já havia sido eliminado o Colo-Colo. Catando três pênaltis como o pai defendeu dois e viu voar mais um na eliminação do Grêmio pelo Inter, na Copa do Brasil de 1992. Fernández que daria em título para o goleiro que depois seria campeão pelo Palmeiras. Os três times da noite no bar de Copacabana.
Garito foi amuleto e nome que classificou o Botafogo para mais uma parada indigesta em grupo complicado.
Mas quem disse que seria fácil?
O silêncio do Botafogo é sempre a melhor resposta.
Que cães e gatos façam sua festa.
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