Sommelier de sentimentos. ANASI: Agência Nacional de Sintomas.
Sommelier de sentimentos.
O mundo onde compartilhamos tudo (menos o companheirismo) criou agora a Agência Nacional de Sintomas. ANASI. Somos fiscais, censores e inquisidores de sensações alheias.
Ficamos como Prass prostrados. Ajoelhados pelo cargo e fardo imposto pelos que dão likes e dislikes por aquilo que se deve respeitar. Se a pessoa quer ficar meses ao relento esperando Bieber como se fossem os Beatles, meus pêsam… Opa, paciência. Ela que faça o que mal entender. É dela. Não seu, meu!
Se celebra gol aos 50 minutos nas coxas de um time de bambas contra a equipe de Cochabamba, vá pra galera, sim. Perca o ar, sim. Ganhe a noite, sim.
Os dias estão muito carrancudos para a gente perder tempo sem se perder na emoção. Tem mais é de celebrar vitória apertada na segunda rodada como se fosse o dia do juízo final. Até o apito final do juiz sem critério, acredite. Vibre. Cante. Inferno de Dante em campo. Paraíso celestial no gol da partida que só acaba quando vem o Mina.
Depois fique como Prass. Caído. Ajoelhado. Imagem que não se sabe se é vitória ou derrota. Ou melhor: se sabe que é a busca pelo sucesso. Time bom como o Palmeiras precisa jogar e se jogar em todas. Sem se julgar o maior. É esse o espírito libertador. Ou Brasileiro. Paulista. O que for. Campeonatos se ganham jogando bem. Ou se jogando assim quando não se está bem.
"Vexame" como quis manchetar um jornal paulista não seria empatar com o time do piloto boliviano. "Vergonha" é não admitir que é preciso suar tanto quanto saber. "Ridículo" é quem se acha e, por tabela, se perde.
Lógico que é preciso ganhar o jogo que o Palmeiras só achou o gol nos últimos segundos. Mas para ser o primeiro é preciso isso. Só pode ser campeão quem se atira assim. Só não pode ser campeão quem só tira onda por não ter onde navegar.
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