Messiânico. Outros 500.
Em março de 1970, aos 29 anos, Pelé tinha a visão contestada pelo treinador da Seleção. Foi demitido também por isso. O técnico que assumiu O colocou no banco em amistoso. Disse que Ele e Tostão eram "incompatíveis taticamente". Menos de três meses antes de ajudarem a formar a melhor seleção de todas as campeãs mundiais.
Pelé tinha nascido 29 anos antes em outro planeta. Ele tinha quase a mesma idade que hoje tem um um cara que veio de um satélite que orbita ali perto. Um cara que nas últimas semanas vinha jogando menos do muito que anda jogando Neymar. Ainda que fazendo um gol por partida, com média superior na temporada a do gajo que pelo Real Madrid fez mais gols que ele em média, ele não vinha sendo ele. A bola, mesmo entrando ao menos uma vez em cada 90 minutos, já parecia não o obedecer tanto.
Até ele fazer um Carvajal em cima do ótimo lateral merengue e empatar um El Clásico gigante. Um corte seco e absurdo com a velocidade de execução e agilidade de pensamento digna de um Pelé deste século. E teria mais. O gol da pateada final. Na bela jogada de um Barça que reabriu a liga depois do heroico empate merengue, com 10 jogadores. Quando desta vez ZZ e os seus zzzz ao tentarem virar a remontada em vez de administrarem o empate e a megavantagem na tabela. Eles continuaram atacando. Dando o flanco e o campo para Messi fazer ainda mais história.
O Real Madrid ainda é o maior favorito ao título espanhol. Pode ainda conseguir o doblete de Liga dos Campeões e Liga Nacional que desde 1958 não consegue. Pode ser o primeiro bicampeão europeu desde o Milan de Sacchi. Pode e deve jogar mais contra o competitivo e sedento Atlético de Madrid na semifinal europeia. Pode desequilibrar com o atacante que é o maior atleta que já jogou futebol, um dos maiores de todos os tempos, e absurdo exemplo de competitividade, foco, abnegação e superação. Cristiano cada vez mais Ronaldo.
Mas quando Messi quer ser cada vez mais Messiânico, são outros 500. Quando ele quer, e ele pode, amigos, não vi igual neste mundo – Pelé e de outro. Nem naquela Argentina de Maradona. Nem nos vídeos completos que vi de Cruyff, Puskas e Di Stéfano. Não vi como ele.
E não gosto de ver jogador arrancando camisa para celebrar gol. Já falei mil vezes. Mas quando ele vai ao Bernabéu e garante a vitória no último chute, marcando o gol 500 pelo clube, ele pode tirar a camisa. Ainda mais porque a mostrou ao povo. Estandarte do gênio e da arte. Pavilhão de nossos tempos. Ele foi 500. Ele é 10. Não tenho palavras e nem números.
Só temos a agradecer por vermos Messi entre nós. Ainda que não seja culé, qual é o cara melhor que esse cara?
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