Rogério Ceni jamais será ex 

Rogério Ceni não acertou o São Paulo. O Tricolor parece ter errado ao demiti-lo e, por tabela, também ao contratá-lo. Mas quem pode acertar esse clube com esse elenco que muda mais do que jornalista esportivo muda de opinião?
Telê teria sérias dificuldades para ajeitar uma zaga exposta também pela louvável filosofia ofensiva do treinador, e pelas fraturas expostas pela qualidade discutível de alguns, e pela fase de muitos. 
Rubens Minelli não daria consistência tática a uma equipe com apenas um lateral confiável, e meio-campistas longe do ideal como Cícero e Cueva. 
Muricy sofreria até com o ótimo Pratto com problemas, e opções decepcionantes como Wellington Nen e Neilton (este já negociado). 

Sem contar, e já debitando, saídas importantes como Luiz Araújo, David Neres, Maicon. Agora Thiago Mendes. E sabe lá quem mais. Todas elas compreensíveis pelo alto investimento de quem compra, pela sabedoria de vender de quem negocia, e pela má situação dos cofres mal administrados nas últimas gestões. Tudo que o São Paulo sabe vender como nenhum outro clube, até uma criança de cinco anos em loja de brinquedo parece ter mais responsabilidade e discernimento na compra. 

Essa fatura não deve ser debitada para Rogério. Tinha que se dar tempo a ele e ao elenco mais desmontado do país. Eu continuaria com ele. Eu também o teria contratado em janeiro. E eu sei que ele continuou até hoje porque é Rogério. Mito que se construiu em 25 anos de clube. E não pode ser demolido em seis meses fracos. Ainda que compreensíveis. 

O São Paulo segue muito longe daquilo tudo que conhecemos e muitas vezes é motivo de inveja. Ceni não é o problema, ainda que não tenha sido a solução. 

Merece todo o respeito e consideração. Sempre. 
Como o São Paulo, agora, merece Dorival Júnior. Ótimo treinador. E que sabe mais do clube e do futebol brasileiro que Reinaldo Rueda – outra ótima alternativa.