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Blog do Mauro Beting

Rumo a Abu Dhabi. Grêmio 1 x 0 Pachuca.

Mauro Beting

12/12/2017 18h21

ESCREVE GUSTAVO ROMAN

Não foi fácil como muitos imaginaram. E como nunca tem sido desde que o Mundial de Clubes passou a ter esse formato. Jogo pegado. Falado. Nervoso. Digno de acabar com as unhas do torcedor. O Grêmio repetiu o 4-4-2 da decisão contra o Lanús. Michel e Jaílson centralizados, tentando compensar a ausência de Arthur. Não conseguiram. Fernandinho pela esquerda e Ramiro na direita. Luan flutuando e encostando em Barrios, o paraguaio que mais uma vez esteve muito abaixo do que pode render.

A equipe mexicana veio num 4-1-4-1. Hernandez, que bateu até na sombra e ficou em campo até o fim atuando entre as linhas. Jara como solitário atacante. Guzman (muito bom jogador) e Honda (bem enquanto teve pernas) por dentro. Aguirre e Urretaviscaya nas extremas. O primeiro tempo teve o Pachuca mais com a bola. E o Tricolor finalizando mais. Ainda que só tenha assustado em bolas paradas. E ainda viu Cortez travar duas finalizações que poderiam ter entrado e mudado a história da partida.

Na etapa complementar, Ramiro veio definitivamente jogar por dentro. Abrindo assim o corredor para o apoio de Edílson. Luan voltava para tentar criar e compensar a ausência do jovem Arthur. O Grêmio adiantou a marcação do time e suas linhas, forçando os mexicanos a rifar a bola. Até pela questão física (o Pachuca vinha de uma prorrogação no sábado) o Grêmio começou a ser melhor. No entanto, ainda era um tive nervoso, que sentia o jogo. Jaílson e Michel erraram passes fáceis na saída de bola e proporcionaram boas chances ao oponente. Renato mexeu no time. Tirou Barrios e Michel. Colocou Jael e Everton, este na esquerda. Passou Fernandinho para a direita. Centralizou Luan de vez como armador central. Prendeu mais Ramiro para dar um pé a Jaílson na marcação. O gol poderia ter vindo aos 30, numa cobrança de falta de Edílson que tirou tinta da trave do veterano Oscar Perez. Como também poderia ter saído em cabeçada de Guzman, aos 34.

Como a igualdade persistiu, fomos a prorrogação. Renato sacou Edílson e pôs Léo Moura em campo. Diego Alonso, treinador do Pachuca sentindo o time extenuado tirou o atacante Jara para a entrada do zagueiro Herrera. Se fechou num 5-3-2. Por vezes um 5-4-1. Era claro e óbvio que queria levar a disputa da vaga para os pênaltis.

Mas o Brasil ainda tem o talento. Aos cinco minutos, Cortez bateu lateral. Éverton se livrou de dois marcadores e finalizou colocado, no alto. Com seu 1,72 metros e 44 anos nas costas Oscar Perez saltou. Mas não alcançou. Um belo gol e excelente jogada individual. Uma das pouca chances que o Grêmio tinha diante do ferrolho a sua frente.

Só cinco minutos depois de levar o gol Alonso desfez o esquema. Tirou o lateral-esquerdo Manny Garcia para a entrada do atacante Sagal. As coisas ficaram ainda mais complicadas para os mexicanos quando Guzman foi expulso no começo do segundo tempo do tempo extra. O Pachuca se lançou a frente. Se abriu. O Grêmio poderia ter matado o jogo nos contragolpes. Luan e Éverton desperdiçaram as chances, contudo.

No fim, a vitória veio. Suada. Sofrida. Como gosta o torcedor do time mais copeiro do Brasil. Agora é arrumar as malas e partir para Abu Dhabi. Provavelmente para enfrentar o Real Madrid na decisão. É óbvio que para vencer, o time vai precisar jogar mais do que hoje. Mas se o futebol nos ensinou algo é de nunca duvidar do Imortal Tricolor. Afinal, quem tem uma torcida que vai até a pé para onde quer que seja acompanhar e apoiar o time pode muito bem fazer o mundo mais uma vez ser azul, preto e branco. Acredita, Grêmio!

ESCREVEU GUSTAVO ROMAN

Veja a análise do jogo de Gustavo Roman

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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