Rodízio de capitão é igual rodízio de pizza: pra quê?

Capitão serve para escolher o campo e ganhar respeito e dinheiro a vida inteira por levantar o caneco mundial. Tite não tem um líder para ser capitão do Brasil mesmo quando o escolhido Daniel Alces estava entre eles. Agora, na final, se lá chegarmos (e temos boas chances para tanto), deve ser Miranda. Líder silencioso. Respeitado pelos colegas. E ponto final.

Renato Augusto é quem tem mais capacidade de aglutinar, dialogar e até mesmo convencer quem está em volta. Foi fundamental pra galera e pro grupo nos momentos difíceis do Rio-16. Mas é reserva. É líder sem braçadeira.

Thiago Silva será o capitão contra Costa Rica. Questão menor mas que fica maior exatamente pelo rodízio da faixa que apenas escancara a falta de uma liderança conquistada. E explicita a indefinição de Tite a respeito.

Ótimo para Thiago readquirir o que perdeu porque quis desde o descontrole (que não é crime) antes dos pênaltis contra o Chile em 2014, e depois se perdeu de vez ao querer reconquistar no grito a faixa que Dunga lhe tirou com algumas razões e muitas emoções.

Não é um absurdo que Thiago seja capitão contra a Costa Rica. Se Tite erra ao não definir uma questão menor que acaba gerando uma discussão maior que o necessário, ao menos o técnico conquista de vez o coração de seu ótimo zagueiro. Ao mesmo tempo em que discutimos algo que, repito, só interessa a ele e ao treinador. E, se houver um hexa, aos futuros patrocinadores do capitão de 2018.

Estamos todos nós (Tite, atletas, torcedores e eu com este texto) transformando algo menor em muito maior do que deveria ser