Defender Durmaz é atacar quem renega a humanidade
O pai de Jakup Jimmy veio do Sudeste da Turquia para a Suécia, numa comunidade de mais de 50 mil pessoas que vivem no país.
JJ nasceu há 29 anos em Orebro, uma cidade de 117 mil habitantes na Suécia. Onde também nasceu uma Bond Girl e a Nina Person, vocalista do Cardigans. Onde em 2001 ele começou a jogar futebol como meia que o levou a atuar na Turquia do pai, na Grécia com tanta rivalidade com os turcos, e desde 2016 na França que tanto sofre com problemas étnicos e raciais e sociais e políticos e esportivos por gente que não aceita outras cores de pele além do branco, vermelho e azul da bandeira.
Desde 2011 ele ouve o hino sueco defendendo sua seleção do país onde nasceu. (Como eu sou brasileiro há 51 anos bisneto de prussianos e de italianos). Desde sábado ele ouve tudo que não deve e o que não pode por ter entrado em campo para ajudar sua Suécia a se defender da blitz alemã, e ter cometido uma falta tola e infantil que deu no golaço da virada de Kroos.
JJ Durmaz foi mais insultado não pela inominável bobagem técnica. Mas pela origem do seu pai. Pela religião que professa. Pelo sobrenome que carrega. Pela herança que não renega. Um dos 23 suecos na Rússia deixou de ser "sueco" para os que insultam porque errou como um "turco", não como um "sueco". Como para esses intolerantes ele erraria por ser "alemão", "italiano" ou qualquer outro país que não fosse o deles. Ou ainda "pior" para os intolerantes: se ele viesse mais ao Leste do seu Norte.
Durmaz deixou de ser sueco por um erro. Ou nunca foi para os que criam muros e levantam barreiras. No mundo que se desintegra sem interagir, devemos estar todos atentos ao barulho silencioso do preconceito que se manifesta em todos os campos. E, no de futebol, extrapola todos eles.
Defender a origem de Durmaz é atacar quem renega a humanidade
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