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Blog do Mauro Beting

Eu tenho a bola. E daí?

Mauro Beting

16/10/2018 12h27

A Espanha ficou com 71% da bola nos seus quatro jogos na Copa-18. Não perdeu nenhum deles. Parou nos pênaltis. Mas o que de fato fez com a bola? Ainda mais depois de mandar 56 horas antes da estreia o seu treinador também invicto?

Nenhuma seleção ficou mais com a bola do que a Espanha. Também pela característica dos rivais (Rússia, Irã e Marrocos) e pelo resultado que precisou virar contra Portugal. Teve a bola. Não ideias. E nem resultados.

A Alemanha foi a segunda a ficar mais com a bola. 67% do tempo. Também porque sabe jogar assim. Gosta de jogar assim. E correu atrás do placar nos três jogos (México, Suécia e Coreia do Sul). Normal. Anormal foi perder tantos gols e cair assim feia já na primeira fase do Mundial.

A Argentina fez péssima Copa. Foi eliminada pela campeã, já nas oitavas. O time era uma zona. O treinador perdeu a mão. A equipe, o pé. E ainda assim, mais pelas necessidades que por escola ou escolha, ficou com 62% da bola contra Islândia, Croácia, Nigéria e França. Nada admirável.

No frigir das bolas: ter e não saber o que fazer com ela significa pouco.

A França só teve 48% de posse. Em 32 seleções, foi apenas a 19ª. E não teve equipe melhor na Copa.

Ter a bola não é pecado. É o melhor jeito para não perder. Não necessariamente para ganhar.

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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