O jogo das vidas
A colega Mariana Pereira perguntou ao treinador do Avenida se os 4 a 2 para o Corinthians, na virada em Itaquera, havia sido o "o jogo da vida" dele, aos 44 anos, ao conseguir levar quase até os pênaltis a primeira partida do time dele fora do Sul, desde a fundação do clube, em 1944.
A resposta de Fabiano Daitx: "o jogo da vida é um jogo que, quando tu perde, tu não recupera… Há 10 anos atrás eu perdi um filho, vítima de leucemia. Aquele jogo foi o jogo da vida. E eu perdi… E mesmo assim Deus me deu força de levantar. Esse jogo contra o Corinthians eu perdi. Mas amanhã eu tenho que pensar no Inter. O jogo da vida, pra mim, é bem maior".
Eduardo tinha 6 anos. Hoje teria 16. Amanhã terá a mesma felicidade e orgulho pelo que o pai e seu time fizeram em Itaquera.
Não ganharam. Mas quase.
Fabiano perdeu o filho. Mas não a esperança. Muito menos o amor. Tudo é por ele. Pra ele. Pra família dele.
Amor que o move. Paixão pela bola que não pode remover vidas. Um pouco de amor de amor e tolerância e respeito por quem joga por nós e por quem joga contra nós.
O futebol nos trouxe a história da família de Fabiano e Eduardo. Eles nos ensinam que nenhum placar é definitivo. Tudo pode ter volta. Tem retorno. Virada. Tem chance.
O que não tem é o que sofre Fabiano. Vamos curtir nossos Eduardos. Vamos respeitar os outros Eduardos. Vamos cuidar dos nossos Eduardos. Vamos compartilhar com nossos Eduardos.
Esses são os melhores jogos da nossa vida.
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