Vamos falar de bola e não da fala de técnico?
Quando ganhou lindo da Argentina no Mineirão, Tite falou na coletiva "link para cortar linha de passe". Na espetacular goleada em Montevidéu, "externo de agressividade", como coletou agora o brilhante Gustavo Zupak.
Agora que o Brasil só empatou bisonhamente contra o medíocre Panamá que marcou um gol em impedimento (o segundo irregular sofrido pelo Brasil dos apenas cinco que levamos desde março de 2018), encasquetamos com o vocabulário rebuscado do treinador. Até mesmo inventando o que ele não disse – as sinapses do último terço. O mesmo palavreado que desde 2001 naquele grande Grêmio usava.
E por isso não o fazia melhor ou pior. Apenas diferente. E mais estudado. O que parece crime neste Brasil de escola sem escola. Onde a prática goleia a prancheta. Quando deveriam tabelar, e não ser excludentes.
Mais se fala do discurso empolado por vezes de Tite que da bola empobrecida do time. O que também não é excludente. Mas não é prioritário. Até porque a boleirada entende o que ele fala. E muitas vezes faz o que ele treina.
Nem sempre, claro. Até porque o time não está legal. A confiança baixou como Coutinho. Neymar está fora. Novas peças ainda são novas demais. Algumas precisando trocar pela fadiga.
Mas o que cansa demais é não discutir o essencial. Não é o Carnaval do Neymar. É o pouco que jogamos contra rivais ruins. O pouco que estamos fazendo contra equipes fracas. O que não estamos ainda jogando o que fizemos até a Rússia.
Mas podemos crescer e muito com nossos "externos desequilibrantes" como David Neres e Everton. E sem contar Vinicius Júnior e Rodrygo pedindo passagem. E sem citar Douglas Costa. E até o preterido Dudu.
E sem falar no ponta (extremo) que flutua e que circula e que constrói como Coutinho. Um que como a Seleção e a própria comissão técnica perderam desempenho e confiança desde o Mundial. Está mal no Barça. Não tá legal no Brasil. Ainda que querendo jogo e alternando com Paquetá.
Allan vai crescer. Como Arthur é monstro. Mas ainda falta encaixe. Uma série de coisas. Algo que o tempo dá. Desde que se dê esse tempo.
Não é todo jogador que veste amarelo como se estivesse de regata e chinelão como Richarlison. Algo que Renato Rodrigues bem comentou em seu blog na ESPN: ele pode ser um "ponta-pivô" que aguenta o tranco. Pelo lado e por dentro. Com outra característica em relação a Firmino.
No frigir das bolas, o Brasil não fez boas partidas. Tite não deve ter chegado a grandes conclusões. E o que é pior: aumentou a fritura.
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