É preciso parar o jogo para atacar o racismo
Eu não sei como tratar o racismo num jogo de futebol. Como também não sabemos lidar com o câncer maligno. Mas temos que tratar de algum jeito.
Não sei qual o remédio. Não sei qual a dose. Mas só mandar seguir em frente e seguir o jogo não pode.
Além de prender os racistas pelo crime inafiançável, o que mais? Tirar pontos na tabela? Tirar gente do estádio? Tirar dinheiro do clube? Tirar o clube do campeonato?
Não sei. Mas não se pode mais achar como fez o italiano Bonucci com os cantos imitando macacos na Sardenha para o companheiro de Juventus e Azzurra Kean. Ele disse que 50% eram de responsabilidade do insultado ao celebrar um gol na frente dos que o insultavam pela cor. Ele e toda gente que em todos os campos é insultada, atacada, desprezada, prejudicada, preterida pela cor.
Pelo baixo nível e pelo volume de casos que pintam um futuro descolorido, passou da hora do futebol entrar em campo com algo além de patches e faixas contra o racismo.
Esses dejetos pouco humanos e seus coliformes orais e mentais são adubados na escola ou na falta dela e de casa. Mas é preciso discutir e não dizer que "sempre foi assim". Porque está pior. A ignorância que leva à intolerância não pode mais ser tolerada.
Exagero? Então vá trabalhar ou estudar e seja xingado pela sua cor. Vá ao banheiro e escute colegas imitando animais como se fossem você. Vá almoçar e alguém te atira uma banana pela sua raça. Esteja em um ambiente qualquer e a pessoa te xingue só pela sua presença.
Eu não vivi isso na pele porque a minha é branca. Mas imagine o que é essa sensação inimaginável porém real. Sinta na pele o que é sofrer pela pele.
Venha jogar esse jogo. Não apenas diga não. Façamos algo para virar esse jogo. Não tem falta vencida e nem lei da vantagem pra seguir a partida. É preciso parar o jogo e parar a bola para pensar no que fazer. E fazer algo com quem não pensa e não pode mais passar em branco também por ser branco. Não pode.
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