Dirceu Krüger
Ele chegou ao Coritiba vindo do Britânia. No mesmo ano em que eu nasci. 1966. Pelo Coxa formou parte da melhor geração do clube. Sete vezes campeão paranaense e mais o Torneio do Povo de 1973, dois anos antes de deixar os campos. Mas não a paixão da torcida que não o viu jogar, mas ergueu um busto para ele no Couto Pereira, quando completou 50 anos de clube, em fevereiro de 2016.
O Flecha Loira que o Vasco quis. Mas levou Kosilek. Porque Dirceu Krüger não quis deixar o Alto da Glória. Quis ser Coritiba desde que chegou para jogar no meio-campo. E continuou mesmo quando pendurou as chuteiras como funcionário do clube. Como a Flecha Loira mais famosa que fez história no futebol – Di Stéfano, bandeira do Real Madrid.
Dirceu Krüger partiu hoje. Uma vida dedicada ao Coritiba. E posso dizer mesmo uma vida. Porque meu tempo na Terra foi o dele no Coxa. No coração. Onde fez das tripas coração. Onde quase morreu em campo em 1970 depois de um choque com Leopoldo, goleiro do Água Verde, justo no dia de aniversário de seus 25 anos.
Internado com problemas intestinais por causa da trombada, driblou a morte depois de receber extrema-unção nos 70 dias de internação. Seguiu jogando e muito bem por mais cinco anos. E seguiu onde quis. No Coritiba onde é um dos maiores ídolos e craques. No clube que escolheu e o acolheu como raros na história do esporte.
Krüger foi um dos profissionais mais amadores. Não quis ganhar mais dinheiro. Quis ganhar mais pelo Coritiba. Como foi campeão brasileiro em 1985 como auxiliar-técnico de Enio Andrade.
Krüger que naqueles cinco anos depois do choque atuava com uma cinta para o proteger. Como por 53 anos protegeu o seu clube, fazendo um cinturão dentro e fora de campo para evitar que nada de mal acontecesse.
Certas provações e privações parece que Deus sabe quem pode suportar.
Krüger sabia.
Para quem não sabe, Krüger se fala Kriguer. Mas se quiser falar Coritiba, basta citar Krüger.
Descanse em paz. No Alto da Glória.
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