A arte não imitou a vida na Champions

ARTE: MILTON TRAJANO, do YAHOO!

Na manhã de terça-feira, pedi ao genial @miltontrajano que fizesse essa arte. Os times de Ajax e Barcelona perfilados em frente a uma imagem de Cruyff como se ele fosse o troféu da Champions. Com orelhas que não são dele no jogo que seria todo dele, na hipotética final em Madri.

Do Ajax que ele construiu tricampeão continental de 1971 a 1973, e do Barcelona que reconstruiu dentro e fora de campo. Inspirando a escola holandesa-catalã que daria no Dream Team enfim campeão da Europa de 1992 com Cruyff no banco. Com ecos dele no maravilhoso Ajax tetracampeão de 1995 de Van Gaal.

Com DNA total do bicampeonato europeu blaugrana com Rijkaard em 2006. Com a revolução de Guardiola em 2009 e 2011. Com Luís Enrique vencendo em 2015 ainda com a semente plantada no Camp Nou por Rinus Michels em 1971, quando foi o primeiro de tantos que trocou o Ajax pelo Barcelona.

48 anos antes de Liverpool e Tottenham rasgarem essa arte em dois jogos que Cruyff aplaudiria em pé. Não pelo resultado que sangra. Mas pelo modo como os quatro vencedores na vitória do futebol buscaram o jogo e o gol e a classificação que só um leva. Mas todos de coração ganham.

Arte não perde a validade. O trabalho artístico do Trajano, do Valverde, do Ten Hag também planta orgulho. Os meninos que pintaram e bordaram até serem vencidos por outros admiráveis conquistadores.

A arte tentou imitar a vida. Mas a arte final nem sempre depende do artista. Parabéns a todos os envolvidos numa semifinal com dois classificados e quatro vencedores.