Paz, pás e pés pelas mãos no Flamengo

Sou da tese que pichação de muro de clube e CT, invasão de campo e intimidação de qualquer baixo nível se noticiam – mas não se mostram. É tudo que os tontos querem. Visualização. Promoção.

Fala do pecado. Mas não mostra o nada santo.

Mas a inominável e indesculpável bobagem do "diretor de relações externas" (agora se sabe o porquê da distância do clube com a torcida) Cacau Cotta, que insinuou tolamente que o torcedor rubro-negro não tem cultura e nem educação, foi ainda melhor respondida com nova manifestação nas paredes da Gávea.

Desta vez escrevendo propositadamente errado o nome de Abel, o do Mickey, e ainda respondendo a respeito das manifestações "políticas" e não da turma da arquibancada e da turba da corneta profissional.

Qualquer manifestação é política. Até os apolíticos sabem. Os apedeutas deveriam desconfiar. Mas apenas citar motivos de oposição à direção do clube (para não dizer ao próprio Flamengo) é minimizar a questão. É o mimimi de situação. Tão deletério quanto o do outro lado – que na prática é o mesmo. Ou deveria ser só Flamengo.

Abelão não faz o trabalho esperado. Mas que tal esperar um pouco mais?

O Flamengo precisa de paz. Não de pás de cal a cada insucesso. Ou mesmo título. Dava volta olímpica no RJ-19 sendo cobrado além da medula. Mesmo com as fragilidades rivais e locais ainda mais abissais pelas diferenças econômicas.

O Flamengo precisa entender como um todo que não está sozinho. Que não joga sozinho. Tem rivais à frente. Ao lado. Por trás. Por vezes acima.

Não é só o Flamengo que ganha, que empata, que perde. Ele também é superado.

E se continuar brigando dentro com a mesma falta de inteligência e esperteza e educação e respeito do seu cartola, aí se perde mais uma vez.

Tem muita coisa a ser conquistada em 2019. A começar com o respeito pelo próprio Flamengo. Nas relações internas e externas com o rubro-negro, antes de tudo. No respeito à instituição e aos intestinos.