Corporativismos e os extremismos no futebol
Jorge Jesus faz excelente trabalho com o baita elenco que o Flamengo montou em 2019. Impressionante como uma base que não havia chegado ao clube em dezembro já está dando bola e gosto de ver com quatro titulares que chegaram no começo do ano, mais quatro depois da Copa América. Comandados por um treinador que estreou no Brasil junto com esses quatro de excelente nível.
É muita mudança e pouco tempo para estar jogando assim, com reais chances de título brasileiro e também sul-americano.
Como qualquer tsunami, ainda mais num Flamengo que desperta todas as reações para o Zico e para o mal, a favor e contra, Jorge é cada vez mais Jesus para os milhões, ou Judas para os de sempre. Dependendo do que se toma. Tinto ou verde, para ficar na infantil questão enóloga que embriagou a análise futebolística. E é mesmo um porre achar que quem defende é amigo e quem ataca é inimigo. O debate é mais maduro no maternal.
O competente treinador português agora paga até o que não deve. Ou por declarações pesadas ou passadas. Ele não conhecia muitos treinadores brasileiros para dizer que estavam defasados como disse ano passado. Aliás, para quem se gaba (e por isso não é devidamente cobrado pela turma do Porto) de não ler livros sobre futebol, que é autodidata (e parece ser mesmo), sorte dele que não sofre pelo humor (e desamor) que Luxemburgo e Renato recebem quando dizem e praticam o mesmo jogo e jogadas pra galera – mas hoje com resultados bastante distintos entre eles.
Jorge Jesus está fazendo muito bem seu trabalho. Devidamente respeitado por quem indevidamente aposenta carreiras e pessoas sem o respaldo dos fatos e do respeito ao currículo.
Mas ele merece ser contestado pelas declarações que têm de fato muitas realidades que alguns treinadores daqui insistem em não enxergar. E outros que os detonam insistem em querer ver menos onde existe muito mais.
Ele está sendo incensado pelos mesmos que amam incinerar quem tem história. Extremismo intolerante e ignorante de todas as partes. Radicalismo que bloqueia o debate em gangues grogues.
Quando JJ disse ano passado que "os treinadores brasileiros tinham menos necessidade de criar ideias coletivas" pelo pé-de-obra qualificado que dispunham, admitamos, ele apenas repetiu o que nossos próprios técnicos sabem. Ou deveriam reconhecer.
Mas algumas reações mais fortes ao que ele disse parecem mesmo mais do corporativismo sempre deplorável. Em qualquer classe. Até mesmo nas que não têm maior categoria.
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