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Blog do Mauro Beting

Oito ou 80. Flamengo 3 x 1 Internacional.

Mauro Beting

26/09/2019 14h52

O melhor time do país nas últimas 8 vitórias pode ser campeão do Brasil depois de 10 anos e também campeão da América depois de 38. Tem bola para tanto até quando não joga tanto futebol. Como foi nos 3 a 1 contra 9 bravos colorados, um bravíssimo Guerrero que apita e apronta mais do que todos os árbitros brasileiros, e um Bruno que tinha de ser expulso por agarrar Gabriel Barbosa: no lance ele não disputou a bola e impediu oportunidade clara e manifesta de gol com falta que a regra exige vermelho. (Não é tripla punição e, sim, aplicação da regra do jogo que jogadores, treinadores e defecadores de regra não leem. Não precisa nem interpretar: se um jogador é agarrado como foi Gabriel Barbosa na "cara do gol" é cartão vermelho – ainda que não se saiba realmente se Luiz Flávio de Oliveira marcou NO CAMPO pênalti pelo agarrão ou pela mão (que não foi) de Bruno…

Está explícito na regra que não se lê: agarrar um adversário para impedir um lance como aquele é vermelho.

Mas e o lance em Guerrero? Pra mim, diferente.

Não foi clássico fácil de apitar com Guerrero e Rafinha novamente muito irritadiços. No possível pênalti que eu marcaria sobre Guerrero (depois de rever várias vezes o lance por várias ângulos), tem mesmo como discutir o lance. Não vi puxão de Rodrigo e nem cotovelo de Guerrero antes da finalização. Também não vi carga por trás do rubro-negro para marcar o pênalti. O toque no joelho pode ser caracterizado como falta. Mas esse é outro lance interpretativo e polêmico. Desde que o clubismo não impere na análise.

O líder do Brasileirão, seja qual for, será acusado pelos outros 19 de favorecimento de arbitragem. E ele (cartolas, torcedores e profissionais do clube) também enxergarão esquemas de favorecimento para todos os adversários.

Nem sempre tem esquema no futebol. Tem polêmica e discussão como pede a regra por ser interpretativa. Tem erro de avaliação. Tem opiniões divergentes. Paixões que cegam. Ódios que não se enxergam. Sim, também têm arbitragens mais favoráveis (ou menos desfavoráveis) para os líderes. Hoje e sempre. O campeão quase sempre tem os melhores números. E um saldo mais positivo de erros de arbitragem na competição.

Mas não é por isso que o Flamengo ganhou 8 jogos seguidos. Até porque menos pênalti foi a favor do dono da casa na partida passada no Mineirão. A arbitragem também é caseira. É humana. Cheia de erros. Ou de coisas que achamos erradas até quando não são.

Na bola no Maracanã cheio, o Flamengo ficou com ela quase o tempo todo. Ainda mais com dois a mais. Criou muitas chances (10 pelas minhas contas). Concedeu duas. Mas bobeou como no empate, quando Patrick foi um monstro, e Arão e Rodrigo dividiram a bola como se tudo estivesse decidido.

Ainda não está. Mas está bem encaminhado para quem tem o time que tem. A bola que essa equipe pode jogar – e não jogou contra o Inter. Para o susto de 11 x 9 que foi resolvido ainda no clássico. Para a soberba que não pode entrar em campo. Para o receio de fracassos recentes do Flamengo que não pode abater 8 titulares que chegaram este ano, dirigidos por um treinador que chegou ao país agora, e não pode se contaminar nem pelo oba-oba natural e nem pelo contagioso clima de já-perdeu.

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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