Treinador bom tem passaporte diplomático
O uruguaio Ondino Viera chegou da Argentina onde foi campeão para fazer história no Rio e no Brasil, a partir de 1938. Foi um dos pais do 4-2-4 que faria escola no país e no mundo.
O paraguaio Fleitas Solich chegou ao Brasil para comandar o grande Flamengo tricampeão do Rio, a partir de 1953. El Brujo prestaria grandes serviços até o final da longa carreira, quando o Feiticeiro botou Zico para jogar pelo Rubro-negro.
O húngaro Bela Guttmann veio ao São Paulo em 1957 para ser campeão paulista e ensinar Vicente Feola como montar o 4-2-4 que seria campeão mundial pelo Brasil em 1957.
Filpo Núñez foi o único estrangeiro a dirigir a Seleção, em 1965, depois de montar a Primeira Academia do Palmeiras. O argentino foi o técnico na partida em que o Verdão foi o Brasil contra o Uruguai, no Mineirão.
Quatro exemplos vencedores de treinadores estrangeiros que ajudaram o futebol brasileiro a ser o que é. No Brasil e pelo mundo.
Qualquer reserva de mercado é discutível. Como só quem tem diploma de jornalismo pode ser comentarista futebolístico. Como só quem treina no Brasil pode ser brasileiro.
Ainda mais no mundo de hoje, cada vez menor em quase todos os sentidos, é terraplanismo achar que só gente da terra sabe dirigir um time. A troca de ideias, informações, práticas e teorias é imperiosa. Não imperialista.
Jorge Jesus e o timaço do Flamengo é ótimo exemplo. Jorge Sampaoli e o bonito futebol do limitado elenco do Santos é outro. O que não significa que todo argentino e todo português são soluções.
Menos ainda que todo brasileiro não pode dirigir uma grande equipe. Que todo brasileiro precisa se reciclar.
Todo treinador precisa estar tão antenado e aberto ao mundo celerado e acelerado quanto todo jornalista.
Sem preconceito. Contra quem está dentro e contra quem é de fora.
O sucesso dos Jorges de fora serve para abrir olhos e mentes e capacitar melhor nossos treinadores. Mas não pode ser a "prova" cabal de que é esse o único caminho.
Os extremos estão cada vez mais por fora.
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