O amor do Emelec ao River. Uma jornada do Flamengo
12 de abril de 2012. O Santos fazia 100 anos naquela noite de festa na Vila Belmiro. O Flamengo marcava 1 a 0 no fraco Lanús, no Engenhão. Botinelli bateu o escanteio que Wellinton concluiu. Wellinton!? O mais cornetado zagueiro por aqueles anos rubro-negros.
Aos 42, Deivid ampliou em lance de Ronaldinho Gaúcho. 2 a 0 Flamengo. Fácil. Festa para um público que não era muito grande no Rio. Não estava acreditando tanto naquele Flamengo, no último jogo da fase de grupos da Libertadores.
Até porque a equipe dependia de um empate em Assunção entre Olimpia x Emelec. Time paraguaio que fez 1 a 0 logo depois, aos 46 minutos.
O Flamengo fez a parte dele ampliando para 3 a 0, logo no reinício de jogo. Lindo lance do Gaúcho para Luís Antonio. Fatura feita no Rio. Torcida pelo empate no Paraguai. E ele veio. 1 a 1, aos 21 do segundo tempo em Assunção. Flamengo se classificando.
O jogo acabou no Engenhão. No Defensores del Chaco, ainda não. Time do Flamengo no gramado esperando o apito final que classificaria a equipe. Até que aos 43 minutos, gol do Emelec. Mena. Consternação no gramado no Rio. Pena… Mas 3 minutos depois teve festa. Zeballos empatou para o Olimpia, aos 46. 2 x 2. Flamengo de novo classificado.
Por 68 segundos… Escanteio para o Emelec. Quiñonez de cabeça. Gol do Emelec aos 47. Emelec classificado. Flamengo eliminado ouvindo pela transmissão do Fox Sports o gol maldito.
Poucos minutos depois, meu primeiro casamento acabava. Dava um tempo que não voltaria. Eu sairia de casa, perderia o beijo de boa noite de todas as noites nos meus filhos.
Parecia o Flamengo prostrado em campo e passado na arquibancada. Nunca mais vamos ser felizes. É só tragédia. Frustração. Não tem psicológico. Gol dos outros. Tristeza em casa.
Aliás, que casa? Eu fiquei como o rubro-negro naquela noite de 2012. Sem ter como dormir. Ou pior: sem mais ter onde dormir.
Um ano depois eu estava casando. Com a minha paixão adolescente como o nosso time. Amor incondicional. Ganhei mais três filhotes. Não perdi os meus. Voltaria para a mesma casa depois. Onde depois da virada espetacular do não menos Flamengo contra o então campeão da América (e que foi melhor por 88 minutos), senti que posso não só virar a vida como o Flamengo. Posso crescer e ser aquele mesmo coadjuvante Lanús de 2012 que foi finalista em 2017. Posso ser esse mesmo Flamengo que perde no final feio. Para ganhar ainda mais lindo a final única.
Neste sábado de 2019 dormi com meu amor. Abraçadinho depois de uma discussão brava que tivemos. A vida não é só uma jornada linda como ela. Tem os gols do Emelec no fim. Tem as minhas caneladas, meus gols contra, as tabelinhas que nem sempre dão certo. Mas, no fim, a vida é pra gente sonhar agarradinho como se fosse um só amor.
O incondicional. O que tenho por ela. O que o torcedor tem pelo seu time. Eliminado no último chute até por outro. Vencedor no último suspiro. No gozo final.
Naquela sensação que não se descreve. Mas que a gente resume como amor.
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