O bumba-meu-urubu de Diego. Ou como virar o jogo
Diego era o retrato inacabado do Flamengo que só estava acabado pelas bestas do próprio apocalipse desde 2016. Era o 10 que não jogava como tal. Era o tal que só tinha panca de 10.
Diego quase foi jogar em Orlando. Merecia o banco de Arrascaeta. O Flamengo precisava de alguém mais decisivo. Incisivo.
Era o retrato da era Bandeira de Mello. Muito investimento, retorno abaixo do esperado. Até porque quem normalmente cobra não sabe como cobrar. Nem cobrir o próprio coração exposto como o fígado.
Mas, como o ex-presidente, o crédito em conta um dia chega. Com juros e correção futebolística. Juras de amor e exconjuras do que foi dito de mal e pior.
Também pela humildade dele de aceitar as novas condições. Adaptar-se à realidade do tempo que joga contra. E que a gente precisa dele para fazer entender que tem jogar ao lado. É fácil torcer na ótima de quem é campeão dia sim, outro dia também. Difícil é ser o mesmo quando o time não tem sido.
Diego ainda passaria pela provação da perna fraturada no jogo de ida quase sem volta contra o Emelec. Quando tudo deu errado. Das escolhas infelizes de Jorge Jesus à fratura entre tanta fartura. O retorno no Maracanã deu vida. Um pênalti que eu não marcaria em Rafinha levaria aos pênaltis que marcaram a arrancada espetacular. Em menos de cinco minutos no Rio encaminhando a classificação sacramentada contra o Inter, no Sul. Em cinco gols na volta contra o campeão de 2017 abençoando a final contra contra o campeão de 2018. Em menos de cinco meses reconquistando a América sem precisar jogar tudo e redescobrindo o Brasil não precisando entrar em campo.
Deu tudo certo. Porque teve investimento, talento, rodagem, história, paciência, trocas acertadas, apostas felizes, camisa poderosa, torcida em polvorosa, um Jesus no banco, o Redentor com o manto na véspera no Rio de Flamengo.
E a fé no pé que teve Diego, como diria Luís Roberto, de gigante narração na final, como a de João Guilherme no gol de Gabriel, o do Ai, Jesus! Outra troca em cima da lata que só quem sabe a hora e como fazer como Luís e como Diego conseguem virar o jogo. Mesmo quando ninguém imaginava que estariam mesmo no Peru na final.
Você pode estar no banco. Mas se estiver sempre preparado para ser o 10, você vai ser titular de segundo etapa. O cara que estará dando volta olímpica no apito final.
Muito mais importante do que estar no pôster antes do jogo e passar à posteridade ao final da partida.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.