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Blog do Mauro Beting

Cuca, ex-Palmeiras

Mauro Beting

13/10/2017 15h28

Antes de deixar o Palmeiras campeão (em novembro de 2016), Cuca imaginava um 2017 difícil. Também por isso não pretendia ficar. Troca de comando do clube, relacionamento complexo com Alexandre Mattos, perfil de possíveis reforços diferente da ideia dele. Menos do que o compromisso com a mulher, mas também importante, Cuca foi o melhor analista do ano que viria. E não veio mesmo.

Quando voltou, antes mesmo de assinar contato, ele previa ainda mais dificuldades. O time não estava legal. O elenco era diferente do de 2016. Ainda mais para Cuca. Nem a chegada de quem ele queria (Deyverson e Bruno Henrique), o afastamento ou distanciamento de quem ele não (Borja e Felipe Melo) deram o desempenho e resultado esperados – pelos outros, não por ele.

A cara de nenhum amigo e todos inimigos na apresentação se devia a um incômodo com o modo de como havia saído Eduardo Baptista. Resolvido com um telefonema ao antecessor. Mas outras questões não tiveram resposta. Ou deram errado. Como o dinheiro investido e/ou torrado no elenco que não rolou. E não deu nenhuma liga. Os que chegaram e os que foram campeões e parece que saíram com a faixa no peito.

Cuca fazia tudo certo em 2016. Parece que agora tudo dava errado. Não acertou a mão. As medidas que davam resultado agora eram apenas medidas exacerbadas. Muitas mudanças, pouca confiança. As apostas não vingaram. Os com sede de vingança ganharam até espaço, não os pontos. As escolhas foram infelizes. As convicções deram errado. Se é que havia alguma certeza além da incerteza. Moisés e Dudu não têm sido os mesmos. Gabriel Jesus faz ainda mais falta por tudo que falta a Borja. Mina jogou pouco e menos do que joga. Tchê Tchê jogou demais e pouco do que jogou. Vitor Hugo faz muita falta. Zé Roberto também. Guerra joga menos. Felipe Melo, também. Deyverson jogou demais da conta. Willian deu conta. Mas elas não fecham. E muito investimento para pouco retorno.

Não deu. Ainda o manteria no comando do elenco. Ainda o queria em 2018. Mas ele mesmo se sente aliviado agora. Sabia que estava mal. Não seria o que foi em 2016. Mas não pode ser só isso em 2017. Não era elenco para ganhar tudo com um pé nas costas. Mas também não era equipe para levar um pé onde levou em todos os torneios.

Não foi, Cuca. Mas pelo que você foi em 2016, a casa é sempre sua. Pelo que você é, um dos nossos, e dos melhores, estamos sempre aqui.

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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