A favorita da Copa conseguiu perder o rumo antes da estreia
O treinador da Espanha cortou um dedo por brincar onde não devia. O chefe arrancou o braço dele por castigo e, por tabela, boa parte das chances da Roja.
Não há, desde a Copa de 1930, da Unificação da Coroa Ibérica, ou desde Caim e Abel uma demissão como a de Julen Lopetegui 56 horas antes da estreia da maior favorita ao título mundial. E contra a vizinha campeã da Europa de 2016. Portugal do Cristiano Ronaldo que será treinado no Madrid pelo mesmo técnico que em dois anos de Espanha conseguiu 16 vitórias e 4 empates. Armou o melhor time do mundo nos últimos meses. Candidato forte a estar na final contra Brasil ou França. Espanha que tem Isco, Carvajal, De Gea, Thiago, Koke e Rodrigo que foram campeões europeus sub-21 com ele no banco. Seleção fortíssima que tem os dois primeiros e ainda o capitão e confidente Sérgio Ramos, Asensio, Nacho e Lucas Vásquez como futuros comandados por ele no Real Madrid que pagaria 2 milhões de euros pela rescisão do contrato com a Federação Espanhola, que havia sido renovado em maio até 2020.
Mas que foi rasgado pelo cartolón Rubiales que se achou traído por saber "faltando 5 minutos" que Lopetegui fechou por três temporadas com o Madrid – depois da Copa. O tricampeão da Europa pensou bem no substituto de Zidane. Já que Pochettino não tinha como deixar o Tottenham, ótima escolha é o treinador da Roja que já foi goleiro do próprio Madrid. Tem perfil sério e trabalhador. De time que joga e se joga à frente. Tudo a ver com o Madrid. Até no modo de pensar no clube e menos na Seleção. E, mesmo assim, também ser compreensível. Como se poderia esconder a contratação no clube e na Seleção? Um mês especulando quem chegaria ao Madrid levaria ao nome de Lopetegui. Melhor escancarar agora é encerrar especulação por uma decisão que o técnico deve ter levado em 10 minutos. Quem no planeta recusaria um banco merengue tricampeão da Europa, e com o salário maior? Ainda mais um ex-goleiro bom como ele?
O que pode ter errado o demitido treinador pela fúria do presidente foi não ter jogado mais claro com a Federação. E, mesmo se foi isso, JAMAIS o cartola poderia tomar uma decisão pessoal e de ego ferido que atrapalha demais a maior favorita ao título. Rachando possivelmente um elenco que teve gente que não queria a saída, outros favoráveis por vários motivos, alguns indiferentes.
Claro que acima de tudo para eles está a Espanha e o mundo. É time e tem elenco para ganhar a Copa com qualquer um. Mesmo com Fernando Hierro, ótimo zagueiro e volante que por muito tempo foi artilheiro histórico da Espanha. Substituto de Zidane como auxiliar de Ancelotti no Madrid, em 2014. Treinador por um ano do Real Oviedo sem grande destaque. Diretor-técnico desde novembro (e foi assim também campeão europeu e do mundo pela Espanha em 2008 e 2010) que também não sabia de nada. Mas que agora precisa saber tudo e pouco mais quando anunciado como novo treinador às 8h50 de Brasília. 54 horas antes da estreia na Copa.
O presidente da Federação Espanhola pode ter sido tão decisivo para a Copa de 2018 como foi Maradona em 1986 para a Argentina. Rubiales pode ser o cara que fez a Espanha perder a Copa. O rumo ela já perdeu.
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