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Blog do Mauro Beting

Brasil precisa repetir time, não o jogo

Mauro Beting

18/06/2018 07h31

O Brasil ganhou da Áustria que era mais forte do que essa Suíça por 3 a 0 na estreia de 1958. E ainda assim era um time cercado de dúvidas e questões. Tanto que acabaria campeão com Djalma Santos, Zito, Garrincha, Vavá e Pelé que não atuaram no primeiro jogo.

O Brasil venceu o México que não era tão bom quanto o da estreia em 2018 por 2 a 0 na estreia em 1962 com o time que seria bicampeão apenas com Amarildo no lugar do lesionado Pelé. Mas também jogou pro gasto.

O Brasil foi um espetáculo na virada por 4 a 1 contra a ótima Tchecoslováquia em 1970 com o time que seria o mesmo até o tri. Seleção que um mês antes da Copa não existia. Pelé e Tostão não podiam jogar juntos na cabeça de Zagallo. Rivellino não queria atuar aberto na esquerda. Piazza não era zagueiro. Everaldo era reserva. E em um mês virou o maior time de todas as Copas.

O Brasil também deu para o gasto ao vencer a esforçada Rússia por 2 a 0, em 1994. Com os reservas assumindo sem largar o miolo de zaga, Raí começando a sumir em campo, e Leonardo ainda na lateral. O time de Parreira seguiria criticado até os pênaltis do tetra.

Em 2002, a virada sobre a Turquia que seria terceira colocada na Copa foi um sufoco só. Também por conta da arbitragem que ajudou o Brasil. E de um time ainda espaçado com Juninho Paulista sacrificado taticamente numa função que jamais executara.

Se desde 1978 o Brasil não empatava na estreia (1 x 1 contra a Suécia em atuação pior que a de 2018), se vivemos a pior sequência de resultados de nossa história em Copas (um empate e duas derrotas, igualando as derrotas para Holanda e Polônia em 1974, e o empate com os suecos em 1978), também devemos lembrar que até quando ganhamos não foi mole. Ou nem sempre jogamos o futebol que nos levaria ao caneco.

Muita calma nesta hora. E muita hora para Tite refletir sobre alternativas. O que não significa exigir mudanças. O melhor Brasil possível começou a Copa. É essencial, ainda mais contra equipe frágil como a Costa Rica, manter a ideia e o time para adquirir confiança e ritmo.

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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