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Blog do Mauro Beting

Sobe-desce Brasil

Mauro Beting

09/07/2018 18h00

O desempenho de cada brasileiro na Copa. Como eles deixam o Mundial. Se com MAIS, IGUAL ou MENOS crédito.

ALISSON (6). MENOS. Não teve culpa no primeiro gol irregular que o Brasil sofreu contra a Suíça. Nem no gol contra e no golaço de De Bruyne. Teve duas saídas em falso em outros jogos e três boas defesas nas raras vezes em que a Seleção foi acossada. Mas não passou a segurança que deu na melhor temporada da carreira pela Roma. A que o leva a disputado pelos dois finalistas da Champions.

EDERSON. (Sem nota). IGUAL. Será melhor goleiro do que Alisson. Mas era compreensível a titularidade do goleiro romanista, por tudo que já fizera ainda com Dunga.

CÁSSIO (sem nota). IGUAL. Eu também teria convocado Cássio. Mas se fossem chamados Marcelo Grohe ou Neto a Seleção estaria em boas mãos. Como poderia ter estado desde 2015 com Vanderlei ou Diego Alves.

FAGNER (5). MENOS. Sem Daniel Alves, que muita falta fez, eu teria levado Rafinha. Mas Fagner não comprometeu. Nem brilhou. Nem acrescentou. Entrou na fogueira e se virou como podia. Se não aportou apoiou, se sofreu nos 20 minutos do segundo tempos contra a Sérvia, se sofremos nos primeiros 20 contra o México, e em toda primeira etapa com o brilho de Hazard flutuando por dentro, não se pode jogar sobre as chuteiras dele todas as culpas dos erros. Não se esperava muito. E ele não conseguiu fazer muito.

DANILO (5). IGUAL. Fez uma partida correta contra a Suíça. Sem brilho. Sem erros. E não voltou mais por duas lesões. Era o meu titular. Ou reserva imediato para Daniel Alves.

MARCELO (5). MENOS. Duro dar apenas 5 para Marcelo. Ou a mesma nota que Fagner. O melhor lateral-esquerdo não pode jogar tão pouco nas duas primeiras partidas. Não pode marcar tão mal na primeira etapa contra a excelente Bélgica. Não pode ser infeliz nas tantas vezes em que construiu lances ofensivos na segunda etapa. O ótimo é que ele sempre quis jogo. Pena que tão pouco produziu ou conseguiu. Outro craque que ainda não foi pela Seleção o muito que é.

FILIPE LUÍS (6). MAIS. Entrou na roubada contra a Sérvia e foi bem. Foi muito bem contra a perigosa seleção mexicana de Lozano no primeiro tempo e Vela na segunda etapa. Marcou e deu suporte ao time. Quando precisou atacar, se não tem o brilho de Marcelo, não comprometeu. Se tivesse permanecido contra a Bélgica de Lukaku que surpreendentemente jogou por ali, talvez tivesse ajudado mais. Mas eu também teria começado com Marcelo.

THIAGO SILVA (8). MAIS. O melhor e mais regular do Brasil. Com gol na Sérvia, bola na trave contra a Bélgica, e uma notável recuperação anímica. Até como capitão – ainda que no incompreensível rodízio de faixa pela ausência de uma liderança consolidada como foi Thiago na Rússia. O que faltou em 2014 sobrou em 2018. Um dos melhores da Copa na posição.

MIRANDA (7). MAIS. Sempre preciso e discreto. Eficiente como foi na segunda etapa contra Lukaku. Preciso como foi em toda a Copa. Ausência ao menos no banco em 2014. Presença muito bom em 2018.

MARQUINHOS (sem nota). IGUAL. Poucos minutos em campo, mas era opção confiável tanto para a cabeça da área quanto para a lateral. Seria "menos" por acabar preterido por Tite na escalação inicial. Mas é opção do técnico que acabou sendo feliz pela forma de Thiago Silva.

GEROMEL (sem nota). IGUAL. Não jogou. Mas se mantivesse o nível pelo Grêmio seria mais.

CASEMIRO (7). MAIS. Ruim apenas foi ter recebido dois cartões amarelos e ter ficado fora e feito muita falta contra a Bélgica. Jogou muito bem todas as partidas, mesmo sacrificado pela má fase de Paulinho e Marcelo. Essencial na contenção e até na construção do jogo de Tite. Ótima Copa.

FERNANDINHO (3). MENOS. Ótimo volante do Manchester City, onde também atua mais à frente e até como zagueiro e lateral. Mas já havia feito nos 1 a 7 a pior partida que vi desde 1958 de um brasileiro pela Seleção. E foi o pior na eliminação contra a Bélgica, com um gol contra, dois botes infelizes contra Lukaku no segundo gol, e uma série de passes errados em Kazan. Como já escrito em outro post, não merece a execração pública. Mas não conheço outro na história do Brasil em Copas que tenha sido tão infeliz em dois jogos decisivos.

PAULINHO (4). MENOS. Um belo gol contra a Sérvia a la Paulinho. E mais nada de Paulinho atrás, na construção, na criação, na finalização. O volante que mais gols marcou pela Seleção, o que mais pisa na área rival, o maior acerto de Tite desde 2016, acabou fazendo mais uma Copa bem abaixo do que pode e sabe.

RENATO AUGUSTO (6). MAIS. Essencial no ouro de 2016 e nas Eliminatórias, foi perdendo ritmo e espaço na China. Acabou fazendo Copa acima do esperado e pelos poucos minutos em campo. Um belo gol no terceiro minuto contra os belgas, uma pena o gol perdido cinco minutos depois contra os belgas.

FRED (sem nota). IGUAL. Como Renato Augusto, antes da Copa tinha problemas. E não foi a solução possível.

WILLIAN (4) MENOS. Melhor em campo contra o México quando só não foi sacado antes pelas más partidas iniciais. Mas voltou a jogar muito pouco no primeiro tempo contra a Bélgica. Não atacou, pouco flutuou, esteve muito abaixo do que sabe tecnicamente.

DOUGLAS COSTA (7). MAIS. As lesões o impediram de ser o que é pelo Brasil. Poderia ter terminado como titular pelo que fez e pelo que não conseguiu Willian. Bem quando ajudou o Brasil a "ganhar" os tempos em que esteve em campo.

COUTINHO (7). MENOS. Foi caindo de produção a cada jogo. Mas teve partidas muito boas no começo, quando foi o melhor em campo duas vezes. Desde o jogo contra o México não foi bem. Ou desde o belíssimo passe para o gol de Paulinho – bonito como o que deu para Renato Augusto contra os belgas.

TAISON (Sem nota). Igual. O tempo disse. Não era para ele. Na minha Seleção seria Luan. Mas o que mudaria?

NEYMAR (6). MENOS. Desde 1986 alguém não apanhava tanto num só jogo como ele na estreia. Na segunda etapa contra Costa Rica fez um gol no jogo em que soltou mais a bola. Melhorou contra a Sérvia. Foi bem melhor ao abrir o placar contra o México. Foi mal como todo o Brasil no primeiro tempo contra os belgas. Só criou grandes lances não 15 finais do Brasil na Copa. Muito marcado dentro e fora de campo. Rendeu menos do que sabe e do que pode.

GABRIEL JESUS (4). MENOS. Nenhum gol em 5 jogos e meio. Muitos desarmes e antecipações. Jogou mais do que Fred em 2014. Mas bem menos do que sabe e do que pode. Eu também teria dado as chances que Tite deu. Mas não por tanto tempo.

FIRMINO (7). MAIS. Em pouco tempo fez muito mais do que Gabriel Jesus. Participou efetivamente de dois gols do Brasil. Mas não fez o de sempre no segundo tempo contra a Bélgica. Deveria ter tido mais chances.

TITE (6). MENOS. Era time e futebol para hexa. Foi um trabalho para ser campeão. Uma ótima convocação. Trabalho discutível apenas pelo número de lesões (algo que se discute, mas não se pode afirmar). Condução de grupo boa. Questão da concentração para debater. Escalações iniciais quase todas sem contestações. Algumas mexidas discutíveis pelo tempo mais do que nomes. Trabalho que precisa continuar. Nota menor pelo resultado final mais do que pelo desempenho dele e do time.

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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