Mbappé só quer ser feliz e francês
Kylian passou uma semana no Chelsea logo depois do fiasco francês na Copa-10. Ele tinha 11 anos. Corpo de 14. Futebol de 16. E cabeça de 21. Achou que não era a hora de ser mais um em Londres. Voltou para Paris. Nem passou outra semana no Manchester United que também o queria.
Aos 14 foi a vez de dizer "não" ao Real Madrid que já tinha com a camisa sete o cara que decorava o quarto de Mbappé. Mais uma negativa que ele voltaria a dar ano passado, quando preferiu ganhar menos para jogar pelo seu PSG da Paris dele. O Madrid colocou um jatinho para buscá-lo nos EUA e um cofre do Tio Patinhas na contra.
Não. Obrigado.
Dinheiro nunca foi problema para o pai treinador que veio de Camarões e para a mãe argelina que jogou handebol. Kylian cresceu em Paris com o conforto que o esporte deu aos pais. Com o talento que Deus lhe deu para jogar com a bola como se fosse Ronaldo, o Cristiano ou o Gaúcho. Para correr como se fosse o Fenômeno, Ronaldo com o torque de Romário. Para já ser mais do que a inspiração que também passou pela escola de Clairefontaine, base do Monaco e campeão pela França: Thierry Henry. Outro que fez o mesmo caminho de Mbappé com grande talento. Mas menor que Kylian.
Com o foco que poucos adultos têm. E ele já tinha aos 9: queria ser campeão francês primeiro (e já foi duas vezes por Monaco e PSG); queria jogar pela França como pode ser campeão no domingo; queria ganhar a Champions que ainda pode ser dele; quer ser o maior do mundo.
(E só quis mesmo ir ao Madrid aos 14 para conhecer CR7, o ídolo Zizou, e o clube vencedor como ele já é por não querer tudo antes do tempo que é dinheiro).
Não tem plano B para Mbappé. Disse não ao Chelsea aos 11 para voltar ao berço em Bondy, subúrbio no Nordeste de Paris. Foi a Madrid como presente de 14 anos como se fosse uma excursão. Para ser feliz quem ele deseja hoje com o futebol. O mesmo que faz seu irmão adotado Ekoko, 9 anos mais velho, jogador do Bursaspor turco.
Felicidade para Kylian não é só jogar MUITO futebol. É jogar pelo seu país. O filho de Camarões e Argélia que é França. Estuda a história de seu futebol e Seleção. Revolta-se com o preconceito que atrapalhou a França mesmo campeã em 1998. Cores e credos que separam e segregam o país tantas vezes. Três entre tantas que agora ele e mais 14 filhos da África ou do Caribe e de outros países europeus podem dar de novo as mãos e pés e o mundo aos pais que escolheram o país como ele.
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