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Blog do Mauro Beting

Mira e anda. Brasil 1 x 0 Argentina.

Mauro Beting

16/10/2018 19h39

Nestes tempos bicudos, pessoal de shopping center diz que só a família Miranda frequenta os estabelecimentos: eles "miram e andam". Em mau espanhol e péssimo negócio, eles olham e andam. E não compram nada.

Mais ou menos o que foi o modorrento Brasil x Argentina na brasa de Jedah, que queima no calor e na humidade até atletas mais do que jogadores preparados.

O superclássico das Américas foi um pouco melhor e pouca coisa mais emocionante que o ainda mais amistoso jogo contra a Arábia Saudita. Terminou do mesmo jeito: um escanteio batido no final por Neymar para um desvio de cabeça de um zagueiro. Contra os donos da casa foi o lateral Alex Sandro. Contra os hermanos foi Miranda, aos 47. Depois de se livrar de Otamendi e subir livre. Como ele havia recebido na primeira etapa um cruzamento de canhota de Casemiro e só não abriu o placar na única chance brasileira porque Otamendi salvou sobre a linha. 

Foi só o que o Brasil produziu na primeira etapa sonolenta. Um tanto melhor a partir dos 25 finais. Quando Richarlison substituiu Gabriel Jesus que estava torto pela direita no 4-1-4-1. Quando o Brasil criava ainda menos pelo esquema espelhado por

Scaloni e bem por executado pela Argentina que foi um pouco melhor ainda que longe do entrosamento, da experiência e da qualidade verde e amarela. 

Se era interessante no começo a movimentação e a troca de posições de Coutinho e Neymar, mas ao mesmo gelol pouco objetiva, depois só pegou mesmo o Brasil no tranco com o cansaço e os espaços dados pelos rivais. Arthur não acertou os muitos passes que sabe fazer. Coutinho foi muito discreto. E Neymar, fora as bolas paradas, pouco fez para um craque como ele. Poderia e deveria ter caído mais por dentro. Até mesmo para aproximar Gabriel do isolado Firmino (outro que se mexeu e produziu pouco). 

Na prática, foi um time previsível como o jogo arrastado e mais estudado do que bem jogado. 

Pouco pelo que pode ser o Brasil. Pouco pelo que ainda é a Argentina. 

Ainda assim fez mais do Dybala. Mas menos do que se espera. Dele e da Seleção. 

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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