Dá, Palmeiras
Dá.
Aliás, já deu. Não no sentido de que "acabou". Mas no de que é possível. É Palmeiras. É o Allianz Parque. Estádio que só quem não o conhece, não conhece o palmeirense, e também não conhece o futebol não teme e não treme.
Dá.
Porque ninguém no Palmeiras acha que vai dar. Não é futuro do pretérito nem pretérito imperfeito. É hoje pra ser amanhã. É agora pra ser eterno.
Dá. Porque torcer é doar. Amor incondicional que não pede recibo, não cobra prestação e nem exige recíproca. E aqui ninguém se diz maior. Não se tem o monopólio da virtude, da verdade, da fidelidade, da loucura.
Aqui se ama como família. Divergimos. Divertimos. Mas somos 11 em campo como qualquer clube. Mas não somos os ungidos. Os fiéis acima Dele e dos fatos. Os campeões que voltaram. A nação que acredita.
Temos espírito de porco e alma de periquito para calar o Boca e quem torce o nariz e distorce nossa origem, nosso nome, nosso jogo, nossas vitórias, nossas conquistas.
Vai ser difícil. Mas não estamos perdidos. Já jogamos partidas piores. Já ganhamos jogos mais difíceis. Não é até o apito final. É antes dele. Talvez depois, nos pênaltis.
A lógica diz que o hexa da América vai buscar o hepta. Mas futebol é algo além dela. E a lógica não combina com o que o torcedor sente. Nem com o que esse time pode jogar.
Dá. No presente que é Palmeiras, pelo passado de Palestra, e pelo futuro que hoje faremos ainda mais Palmeiras.
O Boca hoje tem menos time. Mas tem vantagem histórica e regulamentar. Cinco minutos na Bombonera foram suficientes. O Palmeiras terá 90 e (minha aposta) os tiros livres da marca penal para refazer a história.
Por isso Lucas Lima, para criar os espaços que o esgotado Moisés não tem conseguido, é melhor alternativa. Já Deyverson… Tem jogado mais do que Borja. Mas é uma emoção a cada instante. Será marcado a ferro e atiçado a fogo pelo Boca, além de vigiado pelo apito.
Melhor seria o artilheiro da atual Libertadores e campeão dela em 2016. Borja é mais confiável. Como têm sido Luan e Gómez. Que precisam ser o que foram por 85 minutos na Argentina e em quase todos que atuaram muito bem juntos no BR-18.
O Boca virá com Villa mais atrás pela direita para puxar o contragolpe no 4-3-3 reconvertido ao 4-1-4-1. O resto do time é o mesmo. Se repetir o desempenho, pode ser vencido pelo Palmeiras. Como o River (mais equipe) encarou e foi melhor do que o Grêmio.
A decisão segue aberta. Mais pra Boca que pra Palmeiras. Mais pro coração do que pra cabeça.
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