#SomosTodosBurros
Quatro vice-campeões estaduais de 2019 não estarão nos bancos de reservas assinando súmulas como treinadores na estreia do BR-19.
O interino Rodrigo Santana entregou mais do que se esperava no Galo, e ainda pode fazer coisas boas contra o Nacional, nesta terça, pela Libertadores. Fez em quase nada de tempo mais do pouco feito por Levir Culpi. Demitido não pelo que o time não fazia no estadual que só tem feito estragos mais do que entregas de canecos. Mas pelo que a equipe realmente não vinha jogando.
Alberto Valentim não seguirá no Vasco onde foi 100% com elenco limitado na Taça Guanabara-19. Que milagre outro treinador conseguirá fazer em São Januário com muita dívida e pouco crédito? Que outro técnico em qualquer clube grande carioca com pouca técnica conseguirá muito mais?
Lisca também não segue no Ceará, vice estadual para o Fortaleza, e de campanha espetacular de recuperação no BR-18. Sabidamente desgastado internamente, talvez o único com razões (e emoções) mais fortes para não seguir no comando.
Marcelo Barbieri perdeu o GO-19 para o rival Atlético sem convencer em momento algum em 2019. Pode se entender também a sua saída do comando.
Mas é compreensível seguirmos assim nesse ciclo vicioso no futebol brasileiro?
O BR-19 começa sábado. Mano Menezes está no Cruzeiro desde o final de julho de 2016. Não por acaso no período ganhou duas Copas do Brasil e dois estaduais. Renato Portaluppi voltou ao Grêmio em agosto de 2016. Não por acaso ganhou uma Libertadores, uma Copa do Brasil, e dois estaduais. Odair Hellmann está no Inter desde novembro de 2017. Não por acaso subiu naquele mesmo ano e levou o Inter de volta à Libertadores. Rogério Ceni chegou em janeiro de 2018 e já foi campeão da Série B e estadual no domingo. Marcelo Cabo chegou ao CSA em fevereiro de 2018. Não por acaso subiu para a A e agora é campeão estadual. Geninho tem agora um ano de Avaí campeão estadual.
Dar tempo dá títulos a bons trabalhos.
Mesmo aos medianos.
E independe do tamanho dos clubes.
Exemplo de títulos quanto de longevidade, Alex Ferguson chegou ao Manchester United em outubro de 1986. Só em maio de 1990 ganharia a primeira taça (a FA Cup, a Taça da Inglaterra). Levou quatro anos para ganhar o primeiro título. Só conquistaria o primeiro campeonato inglês em maio de 1993. Sete anos depois de chegar a Old Trafford.
Não acredito que tenhamos um Ferguson em capacidade e conquistas. Mas tenho certeza absoluta que temos ainda menos paciência com qualquer um por estes trópicos mais trôpegos por essa burra mania de achar que todo mundo é burro na primeira partida.
Infelizmente, faço a aposta: quando será derrubado o primeiro treinador no BR-19?
Não passa da quinta rodada.
Também por isso os jogos acabam sendo de quinta categoria.
Treinadores compram tempo com resultados que não sejam derrotas. Logo, se trancam. Jogam feio. Ou jogam para não perder jogos e, logo, empregos.
E nós, com a pressão desmedida sobre maus resultados e desempenhos, contribuímos com esse vício e essa burrice de cobrar sem ter tempo para treino. Ou para acertar em campo o que se treina. E com jogadores pouco técnicos na média. E com técnicos pouco treinadores abaixo da média.
Pressionados até a tampa, travam times e jogos.
E nós continuamos cobrando além da conta. Ou apenas a própria conta.
#SomosTodosBurros.
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