Nos Fla-Flus e no Flamengo, o ai, Jesus

Nos anos de Benfica (2009 a 2015), Jorge Jesus se tornou o treinador mais vencedor da história do clube, com 3 campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal, e 5 Taças da Liga. O primeiro a conseguir o triplete, em 2014. Tem a maior porcentagem de vitórias encarnadas desde a década de 1970. É o único treinador português a ganhar os 4 títulos possíveis. O segundo com mais conquistas.

Chega ao Flamengo para ser algo novo na Gávea. Ele que nunca foi um inovador. Suas equipes dificilmente mudam durante jogos e torneios. Gosta muito do pouco usual 4-1-3-2 (esquema de Zagallo na Copa-98). Um volante próximo dos quatro de trás que não se projetam tanto (Cuéllar). Uma linha de três no meio que pode ter um armador central mais ofensivo ou mais atrás (Arão, até mesmo Diego ou Everton Ribeiro), dois meias pelos lados que podem até ser pontas (Everton Ribeiro e Arrascaeta ou Bruno Henrique), e dois na frente: Gabriel com Bruno Henrique. Vitinho. Mesmo Arrascaeta chegando mais de trás.

Gosta de linhas de defesa altas – o que no Brasil não será muito fácil de fazer. Faz o perde-presssiona, a contrapressão bem. Gosta de atacar mais do que ficar com a bola – o que não é crime.

Disciplinador, deverá ter suas tretas com as pressões absurdas sobre qualquer treinador no Flamengo. Ainda mais um que chega no meio da temporada. Não sabendo e não acostumado a tantos jogos quartas e domingos.

Sabe e prefere trabalhar com medalhões. Mas também bobeia a não dar mais chances aos jovens. Conseguiu no Benfica não aproveitar Bernardo Silva.

Jesus vai ter seus problemas. Como todos os treinadores brasileiros. Ainda mais os rubro-negros. Mas se derem tempo (que não dão) ao técnico, pode fazer bom trabalho. Até no curto prazo que tem de contrato.