Atlético-MG 0 x 1 Cruzeiro
Mauro Beting
27/03/2016 21h43
Fábio deve ser búlgaro. Só isso explica as poucas chances na seleção.
Uilson jogou pouco. Isso explica o lance do gol da derrota.
Rafael Silva sabe fazer gols importantes. Mas não precisa brincar desse jeito na celebração. Como Mancini, na semana passada.
A arbitragem é discutível. Como a qualidade do espetáculo.
Mas foi o melhor clássico da Páscoa.
ESCREVEU DANIEL BARUD
O clássico no Horto seria brigado, intenso, desde os primeiros segundos. Allano e Marcos Rocha já se desentenderam com 30 segundos de cotejo. Amarelo bem aplicado pelo arbitro Emerson de Almeida Ferreira.
Brigado e desfalcado. O clássico na manha deste domingo de Páscoa aconteceu sem as principais peças do Galo: Erazo e Cazares (seleção equatoriana); Douglas Santos e Clayton (seleção olímpica); Victor, Giovanni, Patric, Dátolo e Carlos no DM e com desfalques também do lado azul: Arrascaeta (seleção uruguaia) e Alisson (seleção olímpica); DM: Dedé, Marcos Vinícius, Willian e Judivan.
O jogo começou quente, como disse acima. O Galo, como é de costume no Independência, começou abafando e sufocando o Cruzeiro, buscando um gol logo de início. Até a parada técnica, aos 20min, só deu Galo. Robinho e Marcos Rocha, de fora da área, assustava Fábio, que completou o 49º clássico. Porém, aos poucos, o Cruzeiro foi equilibrando a partida. Após a parada técnica, Uilson, que até então só assistia, começou a ser testado. Élber ganhou no alto da defesa alvinegra, testou firme e carimbou o travessão. Em meio a reclamação dos lados e faltas, o árbitro de MG se complicava em campo. O primeiro tempo terminou com bastante disputa em campo, e sem gols.
Taticamente, o Galo de Aguirre foi a campo no 4-2-3-1, com Pratto no ataque sendo municiado por Robinho, Hyuri e Luan na linha dos três meias. Junior Urso e Rafael Carioca faziam a transição. Ora o 4-2-3-1, ora 4-4-1-1, com Robinho mais a frente, no ataque com Pratto.
O Cruzeiro foi organizado no 4-3-3/4-1-4-1, com Henrique na base do tripé de meio-campo, Lucas Romero pelo flanco direito e Ariel Cabral na esquerda. Allano e Elber no ataque, junto com Rafael Silva, se movimentando bastante.
A conversa no intervalo surtiu efeito pelo lado azul. Devid colocou Federico Gino na vaga de Henrique, diminuindo a posse de bola. Mas o Galo continuou em cima. Robinho cabeceou firme cuca legal (à la Pelé na Copa-70 diante de Gordon Banks da Inglaterra, guardada as proporções).
Fábio, salvou o Cruzeiro em mais um clássico. (Reprodução: GloboEsporte.com)
As oportunidades azuis apareciam nos contra-golpes puxados por Rafael Silva. A partir da metade do segundo tempo, o Cruzeiro começou a pressionar o rival.
Até que aos 28min, Fábio cobrou o tiro de meta, a bola chegou em Elber que arriscou de fora da área, Uilson deu rebote e Rafael Silva abriu o placar. Raposa 1 a 0.
Resta ao Galo focar na Libertadores na classificação para a próxima fase (que já está quase encaminhada) e para o mata mata do Mineiro.
A vitória no clássico dá mais fôlego a Deivid na frente do elenco celeste.
ESCREVEU DANIEL BARUD
Rafael Silva, que costuma marcar em clássicos – vide que eliminou o Fla da Copa do Brasil-14, deixou o dele e fez a típica comemoração imitando um galo (ou seria galinha?!) (Reprodução GloboEsporte.com)
Sobre o Autor
Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério
Sobre o Blog
O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.