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Tático de Madrid 1 x 0 Bayern de Munique

Mauro Beting

27/04/2016 18h48

 

   

  
  

Amo os Beatles e adoro os Rolling Stones.

 

 

E posso ser feliz com o sol chegando e posso não ter satisfação com qualquer um dos dois.

 

 

Respeitar o que faz Simeone com muito menos elenco que Pep Guardiola é respeitar a vitória de sua equipe, qualquer que ela seja, em jogos contra equipes melhor dotadas tecnicamente. Ou financeiramente. Ou politicamente, fisicamente, esportivamente, midiaticamente, arbitrajamente, e outros mentes. E algumas verdades.

 

 

Não gosto necessariamente de ver os times de Simeone jogando. Mas adoraria torcer pelas equipes dele. O que fez em 2013-14 na Espanha e por 89 minutos na final da Liga dos Campeões daquele ano. O que segue fazendo no Espanhol e nesta Liga. O que seguirá fazendo enquanto El Cholo mandar é de respeitar até a medula. Do jeito que as duas linhas de quatro se aproximam sem a bola, com a ajuda dos dois atacantes de ponta e de porte como Griezmann e Fernando Torres. Sem a bola, mesmo no Calderón que honra o sobrenome, era mais uma vez um 4-4-2-0. Os dois atacantes eram armadores (ou primeiros defensores). Os quatro do meio dobravam a marcação e eram os primeiros defensores. Os quatro ótimos zagueiros de marcação eram os primeiros goleiros. E o bom goleiro era o 11o. zagueiro. Todos muito bem amparados por uma torcida admirável.

 

 

Assim não deixou o Bayern ser Guardiola no primeiro tempo. Na segunda etapa, além do balaço no travessão de Alaba, o Bayern teve mais chances. Jogou melhor. Teve até um lance no final perdido por Vidal em rara desatenção defensiva do Tático de Madrid. Sim: mais que Atlético, e Anímico, é o Tático de Madrid.

 

Mas não é só um apologista do jogo feio, embora por vezes abdique de contragolpear.

 

 

Mas não é um time qualquer aquele que faz o golaço de Saúl marcou, no primeiro tempo.

 

 

Fosse um gol assinado por Messi, ou pelo Robben do Bayern, seria golaço de time que sabe jogar.

 

 

Como teria sido a bola na trave que Torres mandou no segundo tempo, em lindo lance do Niño.

 

 

Mas parece proibido enaltecer a qualidade técnica do Atlético.

 

 

Do Tático de Madrid.

 

 

Pode sim. É nosso dever.

 

 

Existem vários jeitos de jogar e de ganhar no futebol. Às vezes até sem muito jeito, sem muito jogo.

 

Mas quando se marca como marca o Tático de Simeone, respeito máximo.

 

E quase se faz gol como o marcado por Saúl, pode aplaudir.

 

Ou melhor: deve.

 

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Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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