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Racing 0 x 0 Atlético Mineiro

Mauro Beting

27/04/2016 21h33

O adversário veio todo de azul. Não é o normal. Mas é o que dá mais gosto ao Galo, ainda que todo de branco – o que também não é o número ideal.

 

Nem parecia a ideia inicial de Aguirre. Um time mais aguerrido, trancado e tático. Igual ao que eliminou a URT, na semifinal do MG-15. Pronto para voltar com um ponto. Se possível com gols, pelo regulamento da Libertadores. A mesma competição que, infelizmente, segue desgraçando as pessoas de boa vontade. A Conmebol poderia ao menos vender o espaço publicitário dos escudos policiais que protegem adversários nas cobranças de escanteios – ainda que não tenham protegido Robinho de uma isqueirada… Uma lástima institucional.

 

Não é fácil jogar em Avellaneda. A Academia sabe das coisas. E La Guardia Imperial, um tanto mais. Com dois minutos, o Racing já poderia ter feito um golaço por cobertura com Óscar Romero, e, na sequência, de cabeça, numa bola levantada na área mineira.

 

O Galo tinha problema para segurar a pressão de um rival desfalcado de seu melhor atacante – Bou. Mas a bola também não chegava à turma da frente. Por mais que se mexessem Robinho e Pratto, Datolo estava cercado e preso à direita. Júnior Urso não foi dinâmico como eu outras partidas. E o jogo era do mandante que exercia seu domínio.

 

Rafael Carioca ficou muito preso à frente da zaga. Donizete fez o dele pela direita, mas não garantiu fluência com Dátolo. Urso, pela esquerda, mais marcou que jogou com Robinho (que se deslocou bastante, mas sem muito brilho). Pratto, na espécie de um 4-3-2-1 de Aguirre, acabou isolado.

 

Depois Robinho e Dátolo trocaram de lado. Mas o jogo seguiu o mesmo. Chance boa, mesmo, o Galo só teve uma cabeçada de Urso, no final do primeiro tempo.

 

Na segunda etapa, Victor fez das dele. No final do jogo, só a fortuna impediu um gol de cabeça argentino, depois de o Galo ter feito boas coisas na parte final.

 

Galo fez o suficiente para se segurar e manter o previsto: empate.

 

Resultado que deve ser suficiente no final das contas, em BH. Ainda que o empate sem gols como visitante do primeiro jogo é sempre perigoso pelo peso do gol marcado fora de casa.

 

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ESCREVE DANIEL BARUD

O empate não ficou ruim. Poderia ser com gols. Não foi. Mas na volta, em BH, o Galo terá de vencer para avançar. Caso empate com gols, a vaga é da Academia.

A torcida gritou. Apoiou. Pertubou. Jogou junto desde o inicio. O Racing tomou a iniciativa, apoiado e inflamado pela torcida no abarrotado El Cilindro, principalmente nas bolas aéreas nas faltas bobas cometidas pelo Galo perto da área.

Panorama da etapa inicial. (TacticalPad)

O Galo foi a campo no 4-3-3/4-2-3-1, com Leandro Donizete, Rafael Carioca e Junior Urso no trio de meio-campistas, com Dátolo na articulação, auxiliado por Robinho, com Lucas Pratto se movimentando muito no comando de ataque.

Pelo lado argentino o 4-2-3-1 de Facundo Sava tinha Luciano Aued e Ezequiel Videla na proteção/contenção da zaga, distribuindo o jogo, fazendo a transição defesa/ataque. Os extremos Ricardo Noir (direita) e Marcos Acuña (esquerda) voltavam para fazer a recomposição defensiva, enquanto Óscar Romero e Lisandro López na frente, fechando duas linhas de 4 sem a bola.  O articulador e organizador da equipe de Avellaneda era Oscar Romero.

No Galo, Lucas Pratto alternava com Robinho no comando de ataque, se movimentando bastante. Dátolo era o articulador das jogadas, auxiliado por Junior Urso.

No primeiro tempo, o Galo criou pouco. O Racing também só assustou pelo alto.

A etapa final, o Racing começou pressionando, porem com pouca intensidade, mais no abafa, com muita bola aérea. Victor salvou o bom chute de Grimmi. Robinho foi atingido por um isqueiro em cobrança de escanteio.

O Racing começou a se expor mais em busca do gol e o Galo teve duas chances de abrir o placar. Primeiro com Lucas Pratto e depois com Junior Urso. Ambas em contra-ataque rápido. Lizandro López acertou o travessão de Victor. Martinez entrou no lugar de Noir em busca de mais objetividade no ataque, mais eficiência e menos recomposição.

Panorama da etapa final. (TacticalPad)

Robinho quase marcou encobrindo Saja. O Galo tinha o contra-golpe e o Racing tentava criar, tomava a iniciativa. Aguirre colocou Clayton e Cazares nos lugares de Dátolo e Robinho, respectivamente. Organização e criação para os contra-ataques. Sem sucesso.

Nos minutos finais, o Racing ainda tentou o gol nas bolas aéreas, quase conseguiu em boa cabeçada de Sergio Vittor.

O placar não foi dos piores para os mineiros, que jogam em casa, mas precisarão da vitoria em BH. Qualquer empate com gols classifica os argentinos.

ESCREVEU DANIEL BARUD

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Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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