Até a bola rolar para São Paulo X Toluca, o time mexicano chegava melhor. Quem passasse enfrentaria provavelmente um Galo que parecia favorito contra o Racing. E era mesmo melhor, como foi, sobretudo na volta.

Mas quando a bola parou 90 minutos depois de ser esmerilhada pelo São Paulo nos 4 que deveriam ter sido mais, a Copa Libertadores, lá onde ela repousa em Luque, deve ter olhado para as três plaquinhas são-paulinas na base dela e pensado:

– Acho que pode caber mais uma…

É a sensação que ela deve ter ainda mais com o Boca chegando do outro lado. Quando algumas camisas vem a campo, até a grama sabe que o poder da grana do outro lado nem sempre resolve. Pode ter mais craque. Mais time. Mais elenco. Mais técnico.

Mas tudo isso também tem mais adversário.

O Galo de desgastou nas finais mineiras perdidas para o América. Ainda que poupando alguns titulares. Está sem gente importante como Luan e Dátolo. Cazares tem se perdido. Robinho ainda não se achou completamente.

Ainda tem mais elenco o Galo que o Tricolor. Tem mais time também. Mais jogadores desequilibrantes. Histórico recente melhor que o São Paulo. Melhor desempenho. Até mesmo no confronto direto. Decide no Horto.

Mas decide contra quem melhor decide entre os brasileiros na Libertadores. Quem mais disputou o torneio. Quem desde 1992 mudou a sua história na Libertadores. 21 anos antes de o Galo fazer o mesmo ao acreditar além do fim dos jogos, em 2013.

Não acho que "o pior São Paulo que eu vi" até empatar com o Trijillanos possa repetir a partida perfeita contra o Toluca. Ainda assim, pelas oscilações atleticanas, há como imaginar que dá para o Tricolor vencer. Não só por aquilo que começa a acertar o pé o time, e a mão, o Bauza.
Mas por esses pés vestirem essas camisa que faz história.

O duelo está aberto. Subo no muro para ver os dois lados da grande decisão.