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Real Madrid 1 X 1 Atlético de Madrid (5 X 3 nos pênaltis)

Mauro Beting

28/05/2016 18h39

Campeão por pênaltis não se pode criticar o vice. E é dever sempre respeitar o campeão. Pra sempre. Ainda mais com a campanha do Atlético de Madrid. Superando Barcelona e Bayern. Com potencial para vencer em Milão o maior campeão da Europa. Tentando ganhar dois anos depois do maior rival que só empatara na última bola em Portugal. 
Perdendo no último chute para o craque português. 

Perdendo para o maior campeão deste mundo. 

Primeiro tempo esperado. Muito  estudo, total respeito (exceto em algumas faltas mais duras – seis para cada lado), e a bola parada fatal: na primeira, o peito de Oblak evitou o gol de Casemiro na cobrança de Bale; na jogada seguinte, do outro lado, a casquinha da chuquinha de Bale tirou a zaga colchonera que dormiu de novo, e Sergio Ramos, de velho, mesmo puxado por Savic (escolha infeliz de Simeone no lugar de Gimenez) se antecipou ao goleiro e abriu o placar.

Pareceu tanto pênalti quanto impedimento. Como o segundo foi anterior ao primeiro, eu teria anulado o lance. Do mesmo modo como Griezmann foi muitas vezes encaixotado pelo 4-1-4-1 sem a bola de ZZ. Mais que o 4-4-2 usual, Zidane recuou até Benzema na contenção no meio, plantou ainda mais Casemiro atrás para não deixar Griezmann flutuar entre as linhas. Ainda assim, nos minutos finais, ele finalizou três vezes. A melhor delas para baita defesa de Navas, mas em lance de impedimento desta vez bem marcado. Como esteve o Atlético em quase toda a primeira etapa.  Sobretudo o sumido Torres. 

Simeone voltou com mais ofensividade. Abriu o time com Carrasco no lugar de Augusto Fernández. Koke foi jogar de vez por dentro. E foi melhor, com ele como segundo volante sem a bola no 4-2-3-1, um dos meias internos no 4-3-3 com a bola. Griezmann e Carrasco pelas pontas. E Torres enfim visto ao ser derrubado infantilmente por Pepe ilegal. O único lance que o goleador fez na partida foi, de fato, desfeita de Pepe. 

Pênalti bem marcado e mal batido pelo 7 francês. A bola explodiu no travessão e no coração colchonero. Simeone regeu até a torcida com o crescimento da equipe. Koke e Saúl quase marcaram golaços com menos de 15. Savic perdeu grande chance depois de escanteio. O Madrid esqueceu o ataque. Carvajal saiu lesionado. Danilo foi sofrer com Carrasco na lateral-direita. 

Zidane recuou demais o time. Com 20 minutos, a bola toda do Atlético, o Madrid chegou a esperar o rival com uma linha de cinco na zaga, Casemiro à frente deles, e outra de quatro na intermediária. Era um 5-1-4-0. Todos atrás da bola e atrás do grande círculo. E, como acontece em quase todas as 14 finais europeia, quase todos atrás do Real Madrid. 

Time que só foi se soltar mais a partir dos 25.  Benzema teve chance cristalina que mandou de novo no peito de Oblak, em grande saída. ZZ sacou Kroos para segurar mais a bola com Isco,  na sequência. E o Atlético foi definhando. Torres mal tocava na bola. Cristiano mais marcava que jogava. O jogo estava abaixo da expectativa e natural ansiedade. Ou dentro do que se poderia imaginar de um jogo único de duas equipes muito táticas. 

Lucas Vásquez entrou no lugar de Benzema. Simeone não mexia. Ou não tinha muito banco mesmo. Talvez sacar Torres. Mas artilheiro não se tira. Como Cristiano, mesmo discreto, aprontou dois lances seguidos, com Bale e Lucas. 
Parecia que o Real iria ampli… Gol do Atlético. Se o carrasco Ramos fizera o dele, Carrasco empatou na raça. Belo apoio e cruzamento de Juanfran esquecido por Marcelo, antecipação de Carrasco, mesmo puxado por Vásquez. 

Torres quase virou. E o Madrid resolveu voltar a campo. Carrasco recuou e recompôs o 4-4-2 inicial. A bola seguiu colchonera. 58%. As chances, também. Pênalti no travessão. Um gol sofrido em impedimento. E um cartão vermelho que poderia ser mostrado a Sergio Ramos no final do jogo. 

Na prorrogação, no primeiro tempo, jogo mais igual. Mas o Atleti mais perigoso. Sobretudo com Carrasco, que ganhou todas de Danilo. Simeone gostou do time até demais. Demorou a usar as duas substituições que faltavam. Na segunda etapa, fim de temporada, as equipes fizeram o possível. O Madrid deu o sprint final. Gabi e Casemiro mais uma vez se multiplicaram. Lucas Hernandes dividiu lance que poderia ser letal aos 14. Danilo tentou emular Belletti-06 no final. Mas o placar esperado se viu em Milão. E mais parecia decisão de Libertadores. 
Nos pênaltis, loteria só existe em papo de jornalista e desculpa de perdedor. 

Vásquez tirou Oblak que nem foi. Griezmann tirou de novo Navas, mas não tirou a bola da meta. Empatou. Marcelo fez. Oblak de novo esperou, e não chegou. Gabi mandou no ângulo. Navas pulou de novo no canto errado. Bale bateu no canto  esquerdo. Oblak de novo esperou e nem foi. Saúl bateu com toda a categoria que tem.  Navas longe. Sergio Ramos: dois gols em duas finais. Mais um. Oblak de novo caiu errado. Juanfran. Na trave direita. Desta vez Navas aceitou o canto. Ronaldo

A história você sabe. 

Ele marcou 16 gols até a final. O mesmo número que o Atlético. 
Ele não jogou bem. 
Mas ele é Real. 

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Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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