Faltou um poucão de bola. Palmeiras 1 x 1 Santos
Mauro Beting
12/07/2016 23h15
Palmeiras perdeu rápido Moisés no 4-3-3; Copete demorou a entrar no 4-2-3-1 no lugar do amuado Vítor Bueno
Não havia o artilheiro do BR-16 (Gabriel Jesus) e o ponta para dar velocidade pela direita (Róger Guedes). Ainda assim teve o escanteio de Dudu na cabeça de Mina, nessa força aérea com Vítor Hugo muito perigosa. Com 5 minutos, Mina abriu o placar para o líder.
Festa no Allianz com recorde de público (ainda não superior ao da final do SP-76) até Moisés sentir a lesão que quase o tirou desde o início do jogo. Sem ele para dar força e dinamismo ao time, Cuca optou por dar a bola para quem bem a trata – o Santos repaginado em 2016 por Dorival Júnior. Aos 11 minutos, o palmeirense apostou em Arouca na mesma função, mas com outras características, e sem o mesmo ritmo. Nem assim o time santista melhorou pelo primeiro tempo discreto de Lucas Lima e Gabriel, e pelas pancadas que a bola dava em Rodrigão fora da área.
Para o segundo tempo, também sem o lesionado Mina, Edu Dracena entrou mais uma vez bem. Mas queimou mais uma alteração de Cuca. O Santos enfim acertou o pé e mereceu o empate, com Gabriel, em bola desviada, aos 10 minutos.
Como destacou Cuca, "o Palmeiras foi um pouco melhor no primeiro tempo, e o Santos foi um poucão melhor na segunda etapa".
Foi isso. E mais ainda por Leandro Pereira entrar no lugar de Barrios, que mais uma vez jogou pouco. Cuca podia ter colocado Cleiton Xavier para pensar o jogo. Mas preferiu atacar o que nem Dudu estava dando jeito, com Erik de novo mal. O Santos foi ao jogo, ficou mais com a bola, tinha um time mais técnico para pensar e pressionar, mas acabou criando menos chances de gol nos 90 minutos – embora tivesse a bola da virada que foi isolada por Thiago Maia.
Pelas circunstâncias, o Santos tinha como ir além. Mas nunca um empate será mau resultado na casa do rival. Pelas ausências, o Palmeiras fez o que podia. E ambos podem muito mais em um clássico que esperava algo além do que foi visto pelo público recorde.
[Mais uma vez, Palmeiras x Santos quebraram recorde de público na cidade. Ainda é – e seguirá sendo – o jogo de maior número de pagantes em São Paulo: em 15 de outubro de 1978, estreia do ponta Hamilton Rocha no Palmeiras, em jogo válido pelo primeiro turno do Paulista, partida que não decidia coisa alguma, mais de 123 mil palmeirenses e santistas dividiram o Morumbi para ver a vitória alviverde por 2 a 0.]
P.S.: Não teria marcado o pênalti reclamado pelos palmeirenses em lance de Zeca. No Brasil costuma-se marcar – c0mo o fraco árbitro Wilton Sampaio havia marcado mão na bola em lance semelhante de Barrios. Na maioria dos lugares e na minha interpretação, toque involuntário. Ele não quis dominar a bola com o braço e nem ampliar a área corporal indevidamente. Movimento natural. Segue o jogo. Mas há como discutir.
Sobre o Autor
Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério
Sobre o Blog
O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.