Jogar com fé os são-paulinos vão
Mauro Beting
13/07/2016 13h17
Não lembro, na história do São Paulo, o Tricolor entrar em campo para partida decisiva com tantos problemas de escalação: sem o melhor jogador em 2016 – Ganso; sem o ídolo que ajudou a consertar a zaga – Maicon; sem muita segurança defensiva; sem muita criatividade no meio-campo mais pegador com Hudson, Thiago Mendes e Wesley; com Centurión – e na função de Ganso…
Nos últimos 10 anos, poucos times foram tão bons e qualificados como o Atlético Nacional. Enorme favorito para se classificar, grande favorito para ganhar a Libertadores-16.
Poucas vezes se viu tamanha diferença matemática, regulamentar e, também, pelo que aconteceu nos 2 a 0 no Morumbi, técnica entre dois semifinalistas.
Pelo que tem jogado o Nacional, e mais ainda com Guerra em campo, é tão favorito que chega o torcedor colombiano a temer pelo próprio favoritismo.
Mas, no fundo, os verdolagas, e torcedores de outras cores, sabem que as chances do Atlético Nacional só não são maiores exatamente por enfrentar um tricampeão continental e mundial, e dirigido por um treinador bicampeão de Libertadores.
Com todo o respeito a todos os outros clubes brasileiros, mas o São Paulo ainda tem chances hoje, na Colômbia, basicamente por ser o São Paulo.
Só o São Paulo para fazer quase tudo errado em 2015-16 e ainda ir além dos rivais nacionais na Libertadores. Só o São Paulo para negociar e avisar que negociou seu maior craque na véspera da final. Só o São Paulo para pagar por Maicon o valor de Oscar.
E só o São Paulo para, mesmo assim, ainda entrar em campo com chances de eliminar um rival que é melhor, está melhor, tem enorme vantagem conquistada no Morumbi, joga em casa, e tem tudo e mais um pouco para se classificar.
E só não se pode dizer que já está tudo definido por nada, na história, já estar definido antes do apito final. Ainda mais com essa camisa e essa glória.
Sobre o Autor
Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério
Sobre o Blog
O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.