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Eu te ofereço um Dolly. Sabor brasileiro? Brasil 0 x 0 África do Sul

Mauro Beting

04/08/2016 18h09

África do Sul, no 4-4-2. Brasil no 4-2-1-3.

Não tinha o escudo tão debatido, combatido e batido da CBF. Mas também não teve o canto do Hino que emocionou o Brasil na Copa das Confederações em 2013, e na do Mundo, em 2014.

Brasília recebeu o Brasil olímpico com ressalvas, embora apenas Neymar pudesse pagar algum débito de dois anos antes.

Mas esse time, desde a escalação, passando pelos treinos, e pela disposição do grupo, merecia o aplauso que não recebeu pela decepcionante estreia. 

O começo, de fato, foi mais complicado. Bobeada dos zagueiros deu chance ao time sul-africano na primeira bola. Eles são muito melhores do que o imaginado. E nós, piores que o planejado.

Também pela boa troca de bola, e pelo pouco espaço que deram no 4-4-2 muito bem plantado e curto, sem brechas. Tanto que, na primeira meia hora, as quatro melhores oportunidades foram todas do rival.

Chance boa, mesmo, só aos 28, com Neymar querendo jogo e saindo da esquerda, mas muito menos do que o necessário. Felipe Anderson não foi o jogador que foi contra o Japão. O Brasil, muito menos. Esteve tenso. Travado não apenas pela boa marcação rival. Faltou aquele drible, a iniciativa para furar as linhas alheias.

Zeca entrou pelo meio para articular, como faz no Santos, com Thiago Maia passando para a cobertura pelo lado direito. Mas a África do Sul seguiu complicando. O meio ficou mais aberto, e chance, mesmo, só com tiros de longe. E quando Neymar, Gabriel e Gabriel Jesus se mexeram mais, como foi aos 39, quando Gabigol cruzou da esquerda para Neymar complementar como se fosse centroavante.

Era o caminho.

Mas não era fácil. Com menos de 30 segundos do tempo final, Neymar armou um lance pela esquerda, e chutou a grama, a areia, o chão, tudo aquilo enterrado em Brasília. Menos a bola que o Brasil estava devendo. E estaria perdendo se a África do Sul não perdesse os gols que criou. Dolly, acredite, foi o que houve de melhor em campo. E quando Dolly é referência…

A equipe foi se enervando e dando espaços.  Neymar foi sumindo, Gabriel Jesus já parecia estar em Manchester, as chances rareando, a zaga se expondo, o torcedor se enervando, e…

 

13 minutos. Mvala recebeu o segundo amarelo e foi expulso.

Micale apostou em Luan no lugar de Felipe Anderson. Já treinado estava o "caos organizado". E já pensado pelo treinador antes mesmo da expulsão. Gabriel Jsesus seguiu pela direita, Gabriel foi atuar por dentro, e nada…. Neymar…

21. Rafinha para pensar o time. Eu sacaria Thiago Maia. Ele tirou Renato Augusto. E nada…

23min. Gabriel Jesus recebeu livre e mandou na cara do gol na trave! E nada.  

 

 

Ou só quando entrou Luan para chegar mais perto da turma da frente.  Mas ainda se vou pouca bola. Poucas ideias. E mais uma decepção. 

Mais por questões técnicas que táticas. Também por isso Micale deve manter o time do começo do jogo. O Brasil é que não pode repetir a atuação.  

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Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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