Primeiro ataque, dupla de zaga colorada dando mole duas vezes, Pratto com fome e bola para dar o gol para Otero na primeira chegada atleticana. Única finalização certa no primeiro tempo. Dos dois lados. 

O Inter mistificado (no sentido de time misto) até tentou. Mas esbarrou na falta de tranquilidade, qualidade e outras rimas que não são solução para Roth. Mas teve no lateral reconvertido a meia que jogou por todos os cantos William um jogador e uma alma que não se sabia tão boa. Ele animou Anderson, e o Beira-Rio. 

Na segunda etapa, ajudou a criar penca de gols que só não saíram pela fase de Victor. Ou por Victor mesmo, que goleiro assim não tem fase. Poderia ter virado o placar. Ou mesmo sofrido mais no contragolpe do Galo que mais se fechava e especulava desde o gol precoce. Faltava mais aproximação, Robinho não estava naqueles dias, todo o grande elenco atleticano segue passando a impressão de que deve melhor futebol. 
E com falhas individuais inesperadas. Fábio Santos, dos mais regulares brasileiros, cometeu pênalti tolo em Anderson. Willian foi à cobrança contra São Victor de todos os hortos e pomares. Venceu com categoria, botando a bola na rede lateral, marcando o gol que tanto mereceu, e foi o único na carreira. 

Mas o que poderia ser virada não virou. Mesmo amontoando gente à frente, faltava algo além do gol. Marcelo foi feliz com Cazares. E numa carambolada na entrada da área mineira, o equatoriano puxou o contragolpe que Pratto finalizaria como se fosse treino na meta vazia onde nem  outro ótimo goleiro como Danilo Fernandes poderia fazer algo. 

É o Inter de 2016. No fim entrega o ouro e leva ferro. Tem sido demais assim. Mas natural, no caso, contra um time como o Galo. Quarenta anos depois da célebre virada na semifinal do BR-76, aquela do golaço no fim de Falcão, o Galo devolve um 2 a 1 dolorido. Como já havia feito nos 3 a 0 do BR-80.