O campeão voltou. 

Curitiba não é a cidade da Chapecoense. Paraná não e a unidade federativa onde está o clube de uma Chapecó que torcia mais pelos times do Rio Grande do Sul que os de Santa Catarina. Os paranaenses se uniram e se vestiram igual entre tantas diferenças no verde e branco do dono do estádio Couto Pereira. Os brasileiros foram parças da Chape. O mundo abraçou a Chapecoense. Aprendendo a respeito de um clube que desconheciam no início do mês. Sabendo escrever #ForçaChape em todas as praças e preces com o maior respeito e carinho do planeta. 

Não teve o jogo de volta no Paraná. Mas teve a volta do espírito do jogo em Curitiba. Medellín fizera a mais linda partida em um estádio que vi, sem bola e sem times, na semana passada. A capital paranaense devolveu o placar do jogo de ida com juras de amor e correção coronária na volta. 

Hoje seria dia de receber a Chape nas ruas da cidade natal com qualquer resultado. O troféu seria dela só de ser finalista. O caminhão de bombeiros e o trio elétrico percorreriam as mesmas ruas que no sábado estavam apinhadas de gente apanhada pela chuva e apunhalada pela tempestade da tragédia que desabou o mundo. 
Não sei como está o tempo hoje em Chapecó. Mas sei que a previsão é de pancadas de chuva em pontos coletivos, mas com perspectiva de sair o sol nos próximos anos. 
A alegria celestial dos maiores dias da cidade se tornou a tristeza abissal de dias continentais de luto. Luta que Chapecó não pode declinar. A conquista do mundo cobra um preço que ninguém emite nota. Mas gera custo que é preciso arcar. 

Não vamos esquecer a Chapecoense. E você não pode esmorecer, Chapecó. 
A partir de hoje, acostume a atender o mundo que vai ligar pra você, perguntando se está tudo bem, se precisa de alguma coisa. 
Quem manda ser querido? 

Quem manda ganhar o que não tem campeonato e nem troféu que represente?
Ser campeão, minha Chape, é uma volta olímpica sem volta. Ser Chapecoense, campeões, é conquistar o mundo sem sair de casa. 

É para poucos. São vocês.