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BR-93. Corinthians 2 x 2 Vitória. Textoteipe. 

Mauro Beting

21/05/2017 09h45

ESCREVE GUSTAVO ROMAN



                                                           

Sejam bem-vindos a mais uma viagem no tempo. Desta vez, vamos até o ano de 1993, relembrar mais um jogo histórico para o aquecimento da rodada. Dessa vez, vamos lembrar um Vitória e Corinthians inesquecível para os torcedores do rubro-negro baiano.

                                                            

Primeira Fase



Naquela oportunidade, o campeonato foi disputado por 32 clubes. No Grupo A estavam Corinthians, São Paulo, Flamengo, Cruzeiro, Inter, Bragantino, Bahia e Botafogo. No B, Palmeiras, Santos, Guarani, Grêmio, Vasco, Sport, Fluminense e Atlético-MGT. Eles se enfrentaram em turno e returno , dentro da própria chave. Os três primeiros estariam classificados para a fase semifinal.

O regulamento dos grupos C e D era o mesmo. A exceção é que apenas os dois primeiros de cada chave avançariam à fase seguinte. Lá, se enfrentariam em um playoff pra ver quais seriam o dois clubes na fase semifinal. No Grupo C estavam Vitória, Remo, Paysandu, Náutico, Ceará, Santa Cruz, Goiás e Fortaleza. No D, Portuguesa, Paraná, União São João, Criciúma, América-MG, Coritiba, Atlético-PR e Desportiva.

Corinthians, São Paulo, Flamengo, Palmeiras, Santos e Guarani avançaram direto para a fase semifinal. No playoff dos grupos C e D, o Vitória eliminou o Paraná e o Remo passou pela Portuguesa.

                                                           Fase Semifinal

Os oito clubes foram divididos em dois grupos de quatro. Todos se enfrentariam em turno e returno , dentro de suas chaves. O vencedor de cada grupo decidiria o título. Na chave E ficaram Corinthians, Flamengo, Vitória e Santos. Na F, Palmeiras, São Paulo, Remo e Guarani.

No grupo F, deu Palmeiras, que depois conquistaria o título. Vamos focar, no entanto na disputa do grupo E. Na penúltima rodada, o Vitória liderava com seis pontos. O Corinthians tinha quatro. Santos e Flamengo, três.

Portanto, o Timão precisava derrotar o rubro- negro baiano no Morumbi para entrar na última rodada em igualdade de condições e dependendo apenas de si próprio. Um triunfo do time baiano já garantiria a sua vaga na decisão do campeonato. E um empate lhe deixaria a mais uma igualdade de chegar a grande final. Era praticamente uma semifinal do campeonato brasileiro. Vamos acompanhar e relembrar esse confronto histórico.


                                                     Ficha do Jogo


                                                     Corinthians 2×2 Vitória


Data: 05/12/93 

 Local: Morumbi 

Árbitro: Márcio Resende de Freitas

Cartões Vermelhos: Embu e Renato Martins. 

Gols: Roberto Cavalo, aos 7, Pichetti, aos 10 e Rivaldo, aos 41 do 1 tempo. Henrique, aos 11 do 2 tempo. 

Corinthians: Ronaldo, Luis Carlos Winck, Embu, Henrique e Leandro Silva; Zé Elias, Ezequiel (Leto), Tupãzinho e Válber; Viola e Rivaldo. Técnico: Mário Sérgio

Vitória: Dida, Rodrigo, China (Evandro), João Marcelo e Renato Martins; Gil Sergipano, Roberto Cavalo e Paulo Isidoro (Dourado); Alex Alves, Claudinho e Pichetti. Técnico: Fito Neves. 



                                                     O jogo



O time baiano não se intimidou com o Morumbi cheio. Aos sete, Roberto Cavalo cobrou falta de longe. O árbitro Márcio Resende de Freitas marcou uma falta em dois lances. Roberto Cavalo cobrou. A bola bateu na mão de Ronaldo e entrou no ângulo superior direito. Um lance confuso mas que deu a vantagem ao rubro-negro. Um a zero. O goleiro corintiano não percebeu que a falta era tiro livre indireto. Não fosse tão bom, não teria alcançando a bela falta de Cavalo. 



Não deu nem tempo de se recuperar. Aos 10, Rivaldo cabeceou para trás. A bola sobrou para Pichetti, que avançou e bateu forte, sem chance para o goleiro. Vitória dois a zero. E o Corinthians parecia completamente atordoado.


Sem alternativa, o Timão se lançou com tudo à frente. E dava espaços para bons contra ataques do Vitória. Com um pouco mais de capricho nas finalizações, o time baiano poderia ter aumentado ainda mais a sua vantagem e decidir a partida.


Taticamente, o Timão estava num 4-2-3-1. Ezequiel e Zé Elias eram os volantes. Tupãzinho na direita. Válber centralizado. Rivaldo na esquerda. E Viola no comando do ataque. O Vitória se postava num 4-3-3. Gil Sergipano era o cabeça de área mais fixo. Roberto Cavalo, o que saia mais pro jogo. Paulo Isidoro armava por dentro. No ataque, Alex Alves na direita. Pichetti na esquerda e Claudinho na referência.

O jogo e o Corinthians estavam nervosos. O time pouco criava e se perdia. Aos 30, Válber se envolveu em confusão com o médico do Vitória. Pouco antes, Viola deixou o braço no peito do zagueiro China. A temperatura que já era quente subia ainda mais.

Mesmo sem merecer, o Timão descontou ainda na primeira etapa. Viola brigou com a zaga baiana. A bola subiu. Viola ganhou de novo e cabeceou para o meio da área. Rivaldo dominou, matou no peito e soltou a bomba. Sem chance de defesa para Dida. Vitória dois a um. A etapa final ia pegar fogo.


                                                               Segundo Tempo


Como era esperado, o Timão voltou tentando sufocar o Vitória. Marcava na frente, por pressão e arriscava os tiros de longa distância. Rivaldo, Tupãzinho e Zé Elias arriscaram e testaram o jovem Dida. Além disso, Mario Sérgio inverteu os laterais de lado. Leandro Silva foi para a direita e Luis Carlos Winck para a esquerda.


Aos 11, Luis Carlos cobrou falta justamente da esquerda. Henrique subiu mais que todo mundo e testou firme. A bola bateu na trave e entrou. A partida estava empatada. Dois a dois.

Aos 13, Fito Neves tirou o zagueiro China que mancava desde o recomeço do jogo e colocou em campo Evandro, outro defensor. Em seguida, mexeu de novo. Saiu Paulo Isidoro e entrou o volante Dourado. Era o Vitória buscando se defender e garantir o empate.

Aos 17, Renato Martins deu uma pegada em Viola por trás e foi expulso pelo árbitro Márcio Resende de Freitas. Aos 20, Rivaldo foi à linha de fundo pela esquerda e cruzou rasteiro. Viola, de carrinho, desviou para fora e perdeu ótima chance de colocar o Corinthians na frente.

Aos 26, Mario Sérgio tratou de fazer o seu time ser ainda mais ofensivo. Tirou Ezequiel e colocou Leto em campo. Um volante por um meia. Contudo, faltava criatividade ao time paulista. O Vitória se segurava como podia. E a atuação do zagueiro João Marcelo era de gala. Ele cortava todos os cruzamentos. Por cima ou por baixo.

Aos 40, Embu foi expulso pelo árbitro depois de dar uma chegada mais forte em Alex Alves, a essa altura o único atacante do rubro-negro da boa terra. Na cobrança da falta, Roberto Cavalo soltou uma bomba que explodiu na trave esquerda de Ronaldo e ressaltou para longe.

O Corinthians ainda tentou uma pressão final. Mas o heroico Vitória resistiu e não sucumbiu. Placar final, dois a dois. Na última rodada, o timão foi a Vila Belmiro e bateu o Santos, por dois a um, mantendo suas chances de ser finalista. Mas no Maracanã, o Vitória empatou com o Flamengo por um a um, gol de Roberto Cavalo e se classificou para a decisão do Campeonato Brasileiro de 1993. A melhor campanha da história do rubro-negro baiano. Na final, deu Palmeiras. Mas pouco importava, o Vitória "matador de gigantes" e que revelou grandes jogadores nessa campanha já tinha escrito seu nome na história.

 

                                     

 

 ESCREVEU GUSTAVO ROMAN

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Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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