Melhor para a Raposa. Flamengo 1 x 1 Cruzeiro.
Mauro Beting
08/09/2017 00h23
ESCREVE GUSTAVO ROMAN
Não foi a partida dos sonhos. Como não costumam ser os jogos de ida de qualquer decisão. Jogo amarrado. Muitos passes errados. Nervosismo de sobra no belíssimo Maracanã. Ao menos nas quatro linhas. Já que mais uma vez tivemos confusões nos arredores e no interior do ex-maior do mundo.
Rueda surpreendeu na escalação de seu 4-2-3-1. Barrou Cuellar e mandou o contestado Márcio Araújo a campo. Talvez preocupado com os contra-ataques da Raposa. Na frente, no lugar do suspenso Guerrero, o jovem Lucas Paquetá. Já Mano Menezes manteve o 4-4-2. Abriu Alisson na esquerda. E apostou na movimentação de Thiago Neves e Rafael Sóbis no ataque.
Os primeiros 15 minutos foram de domínio dos visitantes. O Cruzeiro conseguiu tirar a velocidade do jogo. Finalizou mais, embora sem levar perigo e esfriou a torcida rubro-negra. Só a partir dos 20, 25 minutos, o Flamengo conseguiu o controle do confronto. A ponto do adversário que até então pressionava sua saída de bola passar a marcar em seu próprio campo defensivo. Mesmo assim, o Fla abusou dos cruzamentos. Sem Guerrero, a zaga da Raposa agradeceu e tirou todas. Aos 26, Diego cruzou. Arão infiltrou e cabeceou. Fábio fez grande defesa na única chance real de um primeiro tempo marcado por muitos erros de passe, muita transpiração e pouca inspiração.
O panorama não se alterou no início da etapa complementar. O time carioca seguia tendo mais a bola. Muito embora seguisse insistindo em cruzamentos sem sentido para a área. Aos 12, Alisson quase abriu o marcador. Thiago fez grande defesa para salvar os donos da casa. Era hora dos treinadores trabalharem. Mano foi conservador em suas alterações. Tirou Sóbis, Alisson e um apagado Thiago Neves para as entradas de Raniel, Rafinha e De Arrascaeta. Rueda foi mais ousado. Tirou Rodinei para a entrada de Vinícius Júnior. Passou Everton para a lateral esquerda. Pará voltou para a sua posição de origem, na direita. Depois, tentou melhorar a qualidade do seu passe ao sacar Márcio Araújo e colocar Cuellar.
Assim como no primeiro tempo, o Flamengo cresceu depois dos 20 minutos. Pressionou, controlou o jogo. alugou o campo ofensivo. Aos 30, Diego cobrou escanteio da direita. A zaga afastou errado. Réver bateu de esquerda. A finalização tocou no braço de Arão. Fábio fez milagre para salvar. No rebote, Lucas Paqueta, impedido, empurrou para as redes vazias. Lance difícil para a arbitragem. Porém, irregular. Duas vezes.
Rueda fez sua terceira alteração. Sacou Paqueta e pôs Gabriel na direita. Centralizando Berrio. Talvez o mais indicado fosse colocar Mancuello em campo, um jogador que faria a bola rolar, já que a vantagem era boa para o Rubro-Negro. Aos 38, Hudson arrisocu de longe, de bico. Thiago falhou ao espalmar para a frente. A zaga parou e Arrascatea, livre e em posição legal empatou.
Nos últimos minutos, o Flamengo se lançou com tudo à frente. Possibilitou a equipe mineira pelo menos dois ótimos contragolpes que poderiam ter dado a vitória aos visitantes. De qualquer forma, a decisão da Copa do Brasil continua em aberto. Claro que o Cruzeiro leva vantagem por decidir em casa e diante do seu torcedor. Mas o fato de não termos na final o gol qualificado iguala as coisas. O certo é que continua tudo muito equilibrado. Embora a balança do favoritismo penda um pouco mais para o lado da Raposa agora.
ESCREVEU GUSTAVO ROMAN
Sobre o Autor
Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério
Sobre o Blog
O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.