Para pensar na grama. São Paulo 2 x 0 Flamengo.
Mauro Beting
23/10/2017 08h17
Se sou o Flamengo, também foco mais a Sul-Americana e o Fla-Flu de quarta-feira, do que dou a devida bola ao clássico contra o ameaçado São Paulo pelo BR-17, no "neutro" Pacaembu. Se sou Rueda, que respeito e admiro, começo o jogo na área de Sidão. Pelo nada que jogou o Tricolor no Rio justo contra o Flu. Por tudo que não vem acontecendo com o pior São Paulo que já vi.
Mas Rueda resolveu não apostar no atleta rubro-negro que, quando entrou já com a casa caída pela justa vitória tricolor, foi dos poucos a dar sangue. Paquetá ao menos corria. Algo que pouco se viu no Flamengo mal bolado na prancheta e piorado em campo. Nosso André Rocha, no UOL, tentou explicar o que tentou fazer ou desfazer Rueda. Uma espécie de 4-4-2-0. Quem sabe 4-2-2-2. Para não dizer um teorema como Rueda não conseguiu demonstrar. Sem atacante nato, fixo ou qualquer coisa, levantando bolas a esmo para ninguém chegar, menos do mesmo. Um Flamengo inerte e inerme. De velho.
Contra um São Paulo vibrante como não foi no Maracanã. Como foi poucas vezes no Morumbi. Como deverá ser para escapar da Segundona dos infernos. Ainda não voltou o campeão. Mas teve traços de um time mais ajustado. Laterais erraram menos. Arboleda e Rodrigo Caio voltaram a ter atuação compatível ao nível deles. Sidão foi muito bem. Jucilei fez o jogo que dele se espera. Petros deu um pé. Hernanes, a cabeça do segundo gol e a regência geral. Pratto, o braço do primeiro gol no chute torto de Réver que, por isso, para mim, não teria tempo para meter a mão na bola o artilheiro. Eu daria o gol. Como dou parabéns a Cueva pela movimentação atrás dos volantes rubro-negros, pela agilidade de Marcos Guilherme pela esquerda, por uma boa partida do time de Dorival Júnior.
Baita resultado. Situação menos intranquila. Mas ainda tem chão para o São Paulo. Pés no piso são essenciais. Como um divã para o Flamengo que segue sem se acertar mesmo com o melhor elenco do país do meio pra frente.
Sobre o Autor
Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério
Sobre o Blog
O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.